Para avançar acordos, Brasil exige liberação de opositores de Maduro

O governo brasileiro estabeleceu a liberação de opositores de Nicolás Maduro como condição para retomar os acordos bilaterais de forma plena. Os apoiadores de Maria Corina Machado estão asilados na Embaixada da Argentina em Caracas, capital da Venezuela, que conta com proteção do Brasil.

A posição de Brasília foi comunicada a Caracas, que não demonstrou interesse em libertar os opositores que estão asilados na Embaixada da Argentina. O Brasil é responsável pela segurança do local depois que representantes diplomáticos da Argentina foram expulsos pelo governo venezuelano.


Entenda o que está acontecendo

  • O Brasil exige a liberação de opositores de Nicolás Maduro para retomar plenamente os acordos com a Venezuela. No entanto, o governo da Venezuela não tem demonstrado interesse em libertá-los.
  • Seis opositores de Maduro buscaram refúgio na Embaixada da Argentina em Caracas após perseguição do governo do país. Fernando Martínez Mottola, um dos asilados, conseguiu deixar a embaixada, mas faleceu logo em seguida.
  • O Brasil não reconheceu oficialmente o resultado das eleições venezuelanas, mas enviou uma embaixadora à posse de Maduro.
  • O Brasil é responsável pela segurança da embaixada e das pessoas no local. Caso Maduro aceite libertar os opositores, o Brasília pretende usar um avião da FAB para resgatá-los.

Prisão de opositores

Seis opositores de Maduro buscaram refúgio na embaixada depois que apoiadores de Maria Corina Machado foram presos pelo regime venezuelano. As medidas de retaliação avançaram após o Conselho Nacional Eleitoral declarar Maduro como vencedor das eleições gerais do país, apesar do resultado ser questionado por opositores e lideranças mundiais.

Fernando Martínez Mottola, assessor da aliança opositora Plataforma de Unidade Democrática (PUD), um dos asilados, chegou a deixar a Embaixada da Argentina para se encontrar com a família. Contudo, ele faleceu na semana passada. Não há informações concretas sobre a causa da morte.

Inclusive, Edmundo González, adversário de Maduro no último pleito, está asilados na Espanha desde setembro de 2024. Na Venezuela, há um mandado de prisão vigente contra ele.

Fontes ligadas ao Itamaraty indicaram que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem buscado diálogo com Caracas para liberação dos opositores, no entanto, há uma resistência da gestão venezuelana.

Em janeiro, o Ministério das Relações Exteriores (MRE), condenou, por meio de nota, as denúncias de violações de direitos humanos a opositores do governo na Venezuela.

O Brasil não reconheceu oficialmente o resultado das eleições venezuelanas, mas mandou a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira para a cerimônia de posse de Maduro, que ocorreu no começo do ano.

Situação na Embaixada da Argentina

O Brasil é responsável pela integridade e inviolabilidade da Embaixada da Argentina em Caracas, assim como dos arquivos e das pessoas que estão no local. Ainda sim, há dificuldades para permanência nas instalações, devido às medidas tomadas por Maduro.

O presidente da Venezuela chegou a cortar o fornecimento de energia da embaixada, que conta com o apoio de um gerador para conseguir se manter. Apesar disso, o equipamento tem apresentado uma série de problemas. O grupo que permanece no local denuncia violações por parte de Maduro contra o espaço, o que violaria convenções diplomáticas.

Caso Nicolas Maduro aceite libertar os asilados, o governo brasileiro está disposto a enviar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para resgatar os cinco opositores do regime venezuelano.

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