Oposição venezuelana denuncia que há presos políticos sem visitas de familiares – Observador

A oposição venezuelana denunciou esta sexta-feira que há mais de uma dúzia de presos políticos que estão há mais de sete meses sem nunca terem recebido a visita de algum familiar.

“Na Venezuela há mais de 890 presos políticos inocentes, que estão submetidos a violações sistemáticas dos direitos humanos, como o caso de companheiros que têm 233 e 229 dias presos e nunca foram visitados pelas suas famílias”, denunciou a aliança opositora Plataforma Unitária Democrática (PUD) na sua conta da X.

Na mesma rede social a PUD publica os nomes e fotografia de detidos que se encontram nessa situação e exigindo respeito pelos seus direitos humanos.

“Denunciamos esta grave situação perante os organismos internacionais e exigimos a sua liberdade e a de todos os presos políticos, e que cessem as violações dos seus direitos. Exigimos respeito pelos direitos humanos”, conclui.

Sem precisar quais os motivos pelos quais os presos nunca receberam a visita de familiares, a PUD explica que entre esses presos políticos encontram-se Freddy Superlano, Biagio Pilieri, Roland Carreño, Williams Dávila, Américo De Grazia, Perkins Rocha, Rafael Tudares, Gregorio Graterol, Jesús Armas, Enrique Márquez, Rafael Ramírez e Alfredo Diaz.

Segundo a imprensa venezuelana, além de não terem recebido a visita de familiares, que por direito lhes corresponde, estes presos políticos tampouco mantêm comunicação direta com os parentes e não lhes foi permitido nomeador advogados de defesa privada.

A organização não-governamental (ONG) venezuelana Fórum Penal (FP) denunciou esta sexta-feira que em 17 de março estavam detidas 894 pessoas no país por motivos políticos.

Segundo a FP, dos 894 presos políticos, 806 são homens e 88 mulheres, e 727 são civis e 167 militares de diferentes ramos das Forças Armadas, acrescentando que 889 prisioneiros são adultos e cinco são adolescentes com idades entre os 14 e 17 anos.

Na rede social X a FP explica que na semana anterior a 17 de março foram detidas 2 pessoas e libertadas 122.

Também que 149 presos políticos foram condenados e que 745 aguardam julgamento.

A FP desconhece o paradeiro de 58 presos por motivos políticos na Venezuela.

“Desde 2014, registaram-se 18.313 detenções políticas na Venezuela. A FP deu assistência gratuita a mais de 14.000 detidos, hoje libertados, e a outras vítimas de violações aos seus direitos humanos”, acrescentou a ONG, precisando também que “além dos presos políticos, mais de 10.000 pessoas continuam sujeitas arbitrariamente a medidas restritivas da sua liberdade”.


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