Oposição descarta qualquer conversação com presidente da Guiné-Bissau


A posição consta de uma carta de solidariedade que as plataformas políticas PAI (Plataforma da Aliança Inclusiva) e API (Aliança Patriótica Inclusiva) endereçaram ao presidente da comissão da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).


“Queremos reiterar o nosso compromisso em não nos engajarmos em qualquer processo de diálogo promovido pelo ex-Presidente da República que não seja no quadro da mediação da CEDEAO”, lê-se na carta que as duas plataformas dirigiram ao presidente da comissão, Omar Alie Touray.


Uma missão de “alto nível político” da CEDEAO esteve na Guiné-Bissau em finais de fevereiro para contactos com as forças políticas e organizações da sociedade civil guineense, mas no último dia foi expulsa por ordens do Presidente, Umaro Sissoco Embaló.


Embaló considerou que a missão extravasou as suas competências e hoje o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Carlos Pinto Pereira, afirmou que o país espera um pedido de desculpas por parte da CEDEAO, cuja missão a Bissau, entende, “quis desrespeitar” as instituições guineenses.


A presidência guineense convocou, para sexta-feira, Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que também coordena a PAI -Terra Ranka, e Nuno Nabiam, presidente da Assembleia do Povo Unido — Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU- PDGB) para audiências.


Não foram divulgados os objetivos das audiências.


Umaro Sissoco Embaló disse, na segunda-feira, quando chegou ao país vindo de visitas de trabalho ao estrangeiro, que iria convocar os partidos políticos ainda esta semana para fixar a data da realização de eleições, que já anunciou para 30 de novembro.


A oposição tem afirmado que o mandato de cinco anos de Embaló terminou, constitucionalmente, a 27 de fevereiro.


Na nota dirigida ao presidente da comissão da CEDEAO, as duas plataformas políticas enalteceram o que consideram ter sido a “atuação exemplar” da missão que esteve em Bissau através “de uma postura firme e imparcial” ao ouvir todas as sensibilidades guineenses.


A oposição afirma que as críticas públicas das autoridades sobre a atuação da missão, liderada pelo ex-chefe da diplomacia nigeriana, Bagudu Hirse, “reforça o caráter autoritário do ex-Presidente Umaro Sissoco Embaló”.


Na carta, a oposição a Embaló felicita a missão da CEDEAO ao propor como saída da crise na Guiné-Bissau um roteiro a partir do qual será fixado um prazo de 90 dias para a realização de eleições simultâneas (legislativas e presidenciais).

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