Oposição assinala como “marco” saída de opositores da embaixada argentina

Os cinco opositores chegaram aos Estados Unidos, de acordo com o anúncio feito na terça-feira pelo chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, que falou de um “resgate”.

 

Até ao momento, o Governo venezuelano não fez qualquer comentário sobre o assunto, enquanto os sites pró-regime falam de uma “negociação”.

“Este marco assinala a nossa luta e a de todos os venezuelanos que aspiram à liberdade”, afirmou em comunicado o comité de campanha da líder da oposição, María Corina Machado.

“O regime, fiel à sua natureza, recusou-se até ao último momento a conceder os salvos-condutos solicitados desde março de 2024, mas não conseguiu travar a força deste incansável movimento de cidadãos nem a solidariedade global”, referiu o comunicado.

De acordo com Rubio, a libertação ocorreu “após uma operação precisa”.

“Todos os reféns estão agora em segurança em solo americano”, afirmou na rede social X.

Acusados de planearem um atentado e ameaçados de prisão, estes colaboradores próximos de Machado refugiaram-se na embaixada argentina a 20 de março de 2024, quatro meses antes das eleições presidenciais de julho, em que Nicolás Maduro foi declarado vencedor, enquanto a oposição reclamava fraude e reivindicava a vitória.

Inicialmente eram seis, mas em dezembro de 2024 um deles, Fernando Martinez Mottola, entregou-se às autoridades e obteve liberdade condicional. Morreu a 26 de fevereiro devido a problemas de saúde.

Durante a sua estadia na embaixada, os opositores queixaram-se de cortes prolongados de eletricidade e de interrupções no serviço de água.

Por outro lado, o Governo argentino, liderado pelo Presidente Javier Milei, sugeriu hoje que a “extração” dos cinco requerentes de asilo venezuelanos da residência da embaixada da Argentina em Caracas foi o resultado de meses de trabalho, desde a chegada de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos, em janeiro.

O porta-voz da presidência argentina, Manuel Adorni, agradeceu hoje aos Estados Unidos, em conferência de imprensa, “a bem sucedida operação de extração” dos requerentes de asilo e informou que a sua saída foi o resultado de um trabalho confidencial que “começou com o início da era Trump” e cujos “resultados só agora foram tornados públicos”.

O porta-voz agradeceu especialmente ao secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e, apesar de reconhecer que a saída dos requerentes de asilo foi o resultado de meses de trabalho confidencial, disse que “não houve negociação”, numa possível alusão a um diálogo direto com o Governo de Nicolás Maduro.

“Os ditadores são todos extorsionistas por natureza”, acrescentou.

Desde agosto, a embaixada argentina permanece sob proteção brasileira – após a expulsão dos diplomatas argentinos – apesar de o governo de Maduro ter revogado essa autorização em setembro, devido ao alegado planeamento de atos terroristas no interior das instalações por parte dos requerentes de asilo.

A maior coligação da oposição venezuelana, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), tinha apelado na semana passada à pressão internacional para que se pusesse termo ao “cerco criminoso” à residência da embaixada e que “se emitissem, o mais rapidamente possível, os salvo-condutos” para os requerentes de asilo.

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