De acordo com o mais recente relatório daquela agência das Nações Unidas, a que a Lusa teve hoje acesso, as populações em fuga são dos distritos de Macomia, Meluco, Mocímboa da Praia, Montepuez, Muidumbe, Nangade, além de Ancuabe, este último sendo o mais severamente afetado, com um total de 14.929 deslocados.
Desde outubro de 2017, a província de Cabo Delgado, rica e gás, enfrenta uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
De acordo com o OCHA, março registou uma “escalada preocupante da violência”, com um aumento acentuado do número de incidentes envolvendo grupos armados no norte do país, com 52 incursões e o sequestro de mais de 150 civis.
“Os parceiros iniciaram esforços de resposta, incluindo a entrega de alimentos e o apoio de saneamento e higiene”, refere-se no documento.
Entretanto, com as incursões terroristas, aquela agência da ONU explica que “a insegurança e os desafios logísticos”, aliados “aos sequestros e o acesso limitado às principais rotas de abastecimento” têm prejudicado “severamente” as operações de ajuda.
Atualmente, Ancuabe, distrito localizado a cerca de 150 quilómetros da cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado, é o mais afetado pela nova onda de incursões rebeldes na província.
O último grande ataque de rebeldes em Ancuabe, no sul da província, foi registado em 17 de novembro de 2024, na aldeia de Nacuale, a pouco mais de 20 quilómetros da vila principal, tendo resultado em pelo menos 15 mortos, avançaram à Lusa fontes locais na altura.
Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo estudo divulgado recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.
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