Com uma duração média de 5 horas, Santa Catarina terá uma nova rota de voo a partir de dezembro: Lima, no Peru. O anúncio recente foi comemorado pelos catarinenses e turistas da terra do Machu Picchu.
Com 3 voos semanais, operados pela Latam, deve aumentar o número de visitantes tanto aqui, quanto lá. Antes, só era possível através da rota por Guarulhos (SP).
Ricardo Baraybar, sub-diretor de Turismo Receptivo da Promperú, agência que cuida da comunicação do turismo do Peru no Brasil, conta com exclusividade ao Economia SC as expectativas para o setor e como vai movimentar ainda mais a economia nos dois países.
Houve um aumento de 41% de turistas brasileiros no Peru em 2024. Qual a expectativa para 2025 considerando a nova rota de Floripa?
Ricardo: As expectativas de crescimento são muito positivas, pois essa nova rota de Florianópolis, com três voos semanais, abre ainda mais portas para nós no Sul do Brasil, que sabemos ser uma região muito importante economicamente. Em dezembro de 2024, o Peru recebeu 3.256.693 milhões de turistas internacionais, o que representa um aumento de 29% em relação às chegadas registradas em 2023. Até 2025, segundo dados projetados pelo Mincetur, o número de turistas internacionais deve chegar a 4,4 milhões.
Que estratégias devem ser criadas para atrair mais turistas brasileiros, e principalmente do Sul para este ano?
Ricardo: Já estamos realizando muitas ações que vamos intensificar em Santa Catarina, como alianças estratégicas com as principais operadoras de turismo do Brasil e um grande investimento na capacitação das agências de viagens, que são o principal canal de venda de roteiros. Em 2024, capacitamos mais de 5 mil profissionais. No segundo semestre teremos também a Peru Week, um evento muito potente no Brasil em que reunimos companhias aéreas peruanas, operadoras de turismo, consolidadores e restaurantes com ações promocionais que permitem aos brasileiros degustar nossa gastronomia e comprar viagens para o nosso país. O Peru também deve receber mais de US$ 240 milhões em investimentos no mercado hoteleiro somente em Lima e Cusco nos próximos anos. E dois grandes projetos na costa norte do país, com a abertura pela Accor do Novotel Punta Sal Beach Resort, em Tumbes, e do Pullman Bocapan Zorritos (com investimento de US$ 26 milhões).
Circulam rumores de que a principal atração do país, Machu Picchu, deve ser fechada para preservação natural. Como essa notícia pode impactar o setor de turismo? Existe uma estimativa de quando e se isso poderia realmente acontecer?
Ricardo: Esses rumores estão incorretos, Machu Picchu é uma das nossas principais atrações turísticas, um santuário histórico que sempre estará aberto aos turistas, mas com regras que garantem um turismo muito sustentável. Em junho de 2024, ao comemorar o 17º aniversário de sua seleção como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, o Santuário Histórico de Machu Picchu recebeu mais uma vez a certificação de “Destino Neutro em Carbono”, uma conquista que coloca o Peru na vanguarda da sustentabilidade ambiental e da luta contra os efeitos das mudanças climáticas. Atualmente, Machu Picchu tem capacidade para 4.500 pessoas por dia e, durante a alta temporada, pode acomodar 5.600, com três circuitos diferentes cujos ingressos podem ser reservados através do site tuboleto.cultura.pe Sempre recomendamos aos turistas que comprem seus ingressos com alguns meses de antecedência.
Que outros destinos no Peru podem ser mais divulgados para atrair turistas?
Ricardo: Além de Cusco e Machu Picchu, que são super icônicos, e a capital Lima, temos lugares incríveis como Arequipa, conhecida como a Cidade Branca, o Cânion do Colca, com vistas incríveis que chegam a 5 mil metros de profundidade, a região do Lago Titicaca, que é a mais alta navegável do mundo. Destaco também a Amazônia peruana, que conta com cruzeiros fluviais de luxo e Huaraz, que fica a apenas 1 hora de voo de Lima, com suas belas cordilheiras e trilhas, onde é possível ver muita neve no inverno. A região de Ica, a cerca de três horas de Lima por rodovia, é muito interessante porque temos um dos desertos mais secos do planeta onde você pode praticar esportes na areia e que fica muito perto da Rota do Pisco, com vinhedos e hotéis da mais alta qualidade. Ao lado também fica a baía de Paracas, onde você pode ver leões marinhos e pinguins de Humboldt.
Como melhorar o intercâmbio entre Peru e Brasil? Quais são as expectativas para os próximos anos?
Ricardo: As novas rotas permitirão cada vez mais o intercâmbio e a colaboração entre nossos países. Acho interessante notar que Florianópolis, assim como a costa do Peru, tem uma grande força no surf. Da costa de Lima ao norte do Peru, temos regiões muito populares entre os surfistas, onde são realizados campeonatos mundiais. Uma delas é Chicama, onde está localizada a maior onda de esquerda do mundo.
Qual é a principal origem dos turistas para o Peru e qual é a posição do Brasil?
Ricardo: O Brasil é um país prioritário para o turismo peruano, ocupando o quarto lugar em termos de chegadas de turistas da América Latina ao Peru e o quinto no mundo. Em 2024, um total de 3.256.693 turistas internacionais chegaram ao Peru, dos quais 184.725 eram turistas brasileiros, o que representa um aumento de 41% em relação a 2023. A principal fonte de turistas para o Peru vem do Chile, seguido pelos Estados Unidos, Equador, Bolívia e Brasil
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