Um novo, publicado nesta quarta-feira na revista científica Nature Medicine mostrou que fatores ambientais, incluindo o estilo de vida, têm um impacto maior na saúde e na morte prematura do que os nossos genes. Até então, acreditava-se que a genética era mais importante.
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As exposições ambientais tiveram um efeito maior nas doenças do pulmão, coração e fígado, enquanto o risco genético dominou nas demências e no câncer da mama. De acordo com os pesquisadores da Oxford Population Health, dos 25 fatores ambientais identificados, o tabagismo, o status socioeconômico, a prática de atividade física e as condições de vida tiveram o maior impacto na mortalidade e no envelhecimento biológico.
“Embora os genes desempenhem um papel fundamental nas doenças cerebrais e em alguns cânceres, as nossas descobertas destacam oportunidades para mitigar os riscos de doenças crônicas do pulmão, coração e fígado, que são as principais causas de incapacidade e morte a nível mundial. As exposições precoces são particularmente importantes porque mostram que os fatores ambientais aceleram o envelhecimento precoce, mas deixam amplas oportunidades para prevenir doenças duradouras e morte precoce”, diz Cornelia van Duijn, professora de epidemiologia de St Cross em Oxford Population Heath e autora sênior do artigo, em comunicado.
Os investigadores usaram dados de quase meio milhão de participantes do Biobank do Reino Unido para avaliar a influência de 164 fatores ambientais e pontuações de risco genético para 22 doenças importantes no envelhecimento, doenças relacionadas com a idade e morte prematura.
Os resultados mostraram que os fatores ambientais explicaram 17% da variação do risco de morte, em comparação com menos de 2% pela predisposição genética. Entre os 25 fatores ambientais individuais identificados, o tabagismo, o status socioeconômico, a prática de atividade física e as condições de vida tiveram o maior impacto na mortalidade e no envelhecimento biológico. Destes, 23 são modificáveis.
O tabagismo, por exemplo, foi associado a 21 doenças. Fatores socioeconômicos, como o rendimento familiar, a posse de casa própria e a situação profissional, foram associados a 19 doenças; e a atividade física esteve associada a 17 doenças. Exposições precoces, incluindo o peso corporal aos 10 anos e o tabagismo materno perto do nascimento, influenciam o envelhecimento e o risco de morte prematura.
“Há muito sabemos que fatores de risco como o tabagismo afetam a nossa saúde cardíaca e circulatória, mas esta nova investigação enfatiza quão grande é a oportunidade de influenciar as nossas probabilidades de desenvolver problemas de saúde, incluindo doenças cardiovasculares, e de morrer prematuramente. Precisamos urgentemente de uma ação ousada”, ressalta professor Bryan Williams, diretor científico e médico da British Heart Foundation.
A investigação mostra que, embora muitas das exposições individuais identificadas tenham desempenhado um pequeno papel na morte prematura, o efeito combinado destas múltiplas exposições ao longo da vida explicou uma grande proporção da variação da mortalidade prematura. Os conhecimentos deste estudo abrem caminho para estratégias integradas para melhorar a saúde das populações idosas, identificando combinações-chave de fatores ambientais que moldam simultaneamente o risco de morte prematura e muitas doenças comuns relacionadas com a idade.
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