Economia
Os números da imigração mostram que há milhares de pessoas altamente qualificadas a vir trabalhar para Portugal. A SIC foi conhecer uma empresa francesa, no Porto, que emprega pessoas de dezenas de países.
Passa os dias a tentar resolver os problemas informáticos que aparecem nas aplicações, para os funcionários e para os clientes, do Banco de Investimento Francês onde trabalha. Edivaldo Nicolau é engenheiro de suporte aplicacional e veio de angola há cinco anos para se especializar.
Trabalha para o Natixis, um banco de investimento francês que tem um centro no Porto, com 2700 trabalhadores. Há funcionários de 41 nacionalidades diferentes. Todos a viver em Portugal.
“São atividades que precisam de muita especialidade, que há muito pouco em Portugal“, admite Etienne Huret, o diretor-geral da empresa, ele próprio francês a viver em território português.
Encontrar a mão-de-obra que precisa no estrangeiro não é difícil. O pior é o tempo que demora o processo de legalização e entrada dos trabalhadores em Portugal.
“É muito complicado, é muito lento”, queixa-se. Pede melhoria nos processos, para garantir que Portugal não perde a entrada de conhecimento nem de mão de obra altamente qualificada.
“Portugal precisa de malta nova, com alta qualificação. É muito necessária”, defende Etienne Huret. “Infelizmente, não há muitos bebés em Portugale, portanto, precisamos disso.”
Um salto no nível de qualificações
Segundo os censos, no espaço de 10 anos houve uma mudança na escolaridade de quem vem para Portugal. Em 2011, quase metade tinha o ensino básicoe menos de 17% tinha um curso superior. Os dados do ano passado mostram que, dos imigrantes que chegaram a Portugal, uma boa parte já trazia curso superior concluído.
O destaque vai para as mulheres, com uma percentagem maior de licenciadas em todas as faixas etárias.
Nirbhaya Shaji chegou a Portugal já licenciada e quis fazer um mestrado. É engenheira de dadosna Natixis, que paga aulas de português e de francês aos trabalhadores.
Um estudo feito para a Fundação Francisco Manuel dos Santos mostra que, no geral, os imigrantes vindos da Índia, da China ou do Brasil são os menos aceites em Portugal. O caso muda radicalmente de figura quando os imigrantes são de países ocidentais como o Reino unido, Espanha, Estados Unidos ou França, que têm uma taxa de aceitação muito superior.
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