O Mapa junta Brasil e Portugal com suas tradições, cheiros e sabores | Turismo

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As paisagens do Norte de Portugal têm um encontro marcado com o público a partir de domingo (08/06). Nesse dia, a atriz, apresentadora e empreendedora social Úrsula Corona pega os telespectadores pelas mãos e os leva a uma viagem através de sabores, afetos e histórias. O Mapa promete apresentar, ao longo dos domingos de junho, pela Globo Internacional, um olhar sensível que ultrapassa as rotas turísticas tradicionais e forte conexão com os moradores da região.

Úrsula é a primeira brasileira a apresentar um programa em Portugal. “Estou transbordando de felicidade. Voltar à Globo, que é uma casa onde comecei aos oito anos — e agora completo 35 anos de carreira —, é uma emoção gigantesca”, comemora. Ela não quer dar spoiler, mas adianta que haverá “novidades em breve para o público em qualquer lugar do mundo”. Tudo começa com a pergunta: “Quem faz o lugar pulsar?” Em seguida, a equipe vai atrás de personagens, os “guardiões da memória”, e de histórias autênticas, que traduzem a essência de cada local. Pronto, é essa a receita de O Mapa.

Alguns desses retratos da vida estarão no quadro Mapa para Todos, uma porta aberta para o turismo acessível. Ursula comenta que, de acordo com a Organização Mundial de Turismo (OMT), hoje o planeta tem por volta de um bilhão de pessoas com alguma deficiência. E uma conclusão importante de alguns estudos é que as famílias que incluem essas pessoas no roteiro — adequados para quem tem limitações físicas ou intelectuais — acabam viajando mais.

“Esse tema me afeta muito pessoalmente e me emociona. Minha avó foi cadeirante durante muitos anos, e isso me despertou, desde cedo, para a importância de ambientes acessíveis, seja um restaurante ou um museu, seja uma trilha ou uma experiência qualquer. Descobri que, quando há vontade, há inclusão. E quando há inclusão, o turismo se expande, gera mais renda e transforma mais vidas”, diz a apresentadora.

Conexão e experiência

O programa chama-se O Mapa, mas não será um roteiro pronto e acabado. Segundo Ursula, muito do que será visto na telinha são histórias vivas, surpreendentes, espontâneas. Os encontros vão se sucedendo à medida que o tempo avança. Em resumo, as propostas são: inclusão, conexão e experiência por meio de um turismo mais humanizado.

“O formato foi criado pelo Omar Marzagão, que é diretor e idealizador do projeto. Dividimos roteiro e direção juntos. Ele trouxe um conceito que faz total sentido para mim: valorizar o olhar de quem vive no lugar. Muitas vezes, vemos roteiros guiados por pessoas que não têm conexão real com aquele território, e isso empobrece a experiência”, frisa.

Ela acredita que é completamente impactante um programa que privilegia o olhar de quem vive no local mostrado, cercado de memória afetiva. No entender de Ursula, isso ajuda a preservar as tradições e gera empregos, pois movimenta o comércio e fortalece o elo das comunidades.

Próximas paradas: Espanha e Itália

Os quatro primeiros programas terão como cenários as cidades do Norte de Portugal, especialmente Porto e Gondomar, com suas culturas, tradições e gastronomia. Depois, virão as demais regiões do país, incluindo Açores e Ilha da Madeira. Estão previstas, ainda, edições na Espanha, na Itália e em outros países europeus.

“O Mapa é um programa para toda a família. Não é só sobre viajar, é sobre conexão, curiosidade, expandir horizontes. E vale dizer: eu não vou parar de atuar, pois é meu mundo, nem de estar à frente do Instituto Fome de Tudo, que é um projeto que me move profundamente”, informa a atriz e empreendedora social.

Úrsula Corona tem 43 anos, sendo 35 de carreira. Ela começou na Globo no especial A Nave Mágica. Filha de jornalista, ela estudou jornalismo e o primeiro programa que apresentou foi O Diário de Floribella, entre 2005 e 2006, na Band.

O ativismo também faz parte da trajetória de Ursula, que é embaixadora do Programa Mundial de Alimentos (WFP), da Organização das Nações Unidas (ONU), além de ter fundado o Instituto Fome de Tudo.

O objetivo do projeto é combater a fome, o desperdício alimentar e fornecer respostas a desastres climáticos, como as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul em 2024. Ela também integra a Aliança Global do G20 contra a Fome.