Nível do Rio Paraguai sobe e reativa escoamento de minério após anos críticos; transporte cresce 84% e LHG investe R$ 4 bi na frota nacional

Após quase dois anos de dificuldades, o setor de mineração no Pantanal vive um novo momento com a recuperação dos níveis do Rio Paraguai. Nesta quarta-feira (30 de abril), o rio atingiu 2,36 metros, o maior nível desde 2023. Naquele ano, o mesmo período registrava 3,20 metros. O novo patamar volta a permitir um escoamento eficiente da produção de minério da região.

Avanço da LHG Mining

A empresa LHG Mining é uma das mais impactadas com a mudança. Com somente três anos de mercado, ela busca dobrar sua produção atual, que neste ano está prevista em 12 milhões de toneladas.

A meta é alcançar 25 milhões de toneladas com investimento de R$ 4 bilhões anunciado em abril. A extração ocorre nos municípios de Corumbá e Ladário, e os dados estão no Relatório de Impacto Ambiental entregue ao Imasul.

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Esse avanço depende da hidrovia do Rio Paraguai, fundamental para o transporte da carga. Segundo a Antaq, em fevereiro o rio apresentava 1,53 metros na régua de Ladário, nível já considerado satisfatório para a navegação.

Ainda assim, o crescimento foi expressivo. Só no Terminal Gregório Curvo, o movimento portuário subiu 84% no transporte de minério, todo voltado à exportação.

Vantagem logística da hidrovia

A barcaça é a principal ferramenta para o escoamento, capaz de substituir até 3 mil caminhões nas estradas. Isso dá mais agilidade e competitividade ao setor, principalmente nas exportações para a China.

A LHG Mining conta com porto próprio, o que facilita a operação e reduz a dependência de serviços terceirizados.

Desde sua fundação, a empresa apostou em estrutura própria. Mais de 2 mil funcionários integram o quadro fixo. O modelo adotado difere do que era praticado pela Vale, com terceirizações sendo hoje restritas.

Em março, a empresa fez um feirão de empregos e ainda mantém mais de dez vagas abertas, com oportunidades no setor de logística e também no Paraguai.

Expansão da frota e incentivo nacional

O transporte fluvial é responsabilidade da LHG Logística, subsidiária da mineradora. A empresa conta com um financiamento de R$ 3,7 bilhões do BNDES, aprovado em setembro de 2024, para modernizar a frota.

O valor será usado na construção de até 400 balsas e 15 empurradores. A regra do acordo foi clara: tudo deve ser produzido no Brasil.

Mesmo com ofertas 20% mais baratas de empresas da China, o governo preferiu incentivar a indústria nacional. Segundo Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, a operação ajuda a reativar os estaleiros brasileiros e apoia a descarbonização do transporte.

Nova fase na logística brasileira

A construção está sendo feita em estaleiros das regiões Norte e Nordeste. Com esse reforço, a LHG Mining será responsável por aumentar em 16% a frota de transporte para navegação interior no Brasil. Segundo o presidente da empresa, o objetivo é abrir uma nova fase no setor logístico nacional.

O projeto prevê ainda um crescimento de 5,9 milhões de toneladas na produção anual. O trajeto das barcaças tem 2,5 mil quilômetros, saindo de Corumbá e indo até Nueva Palmira, no Uruguai, próximo a Buenos Aires.

Com informações de Buriti News.

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