Não tem crise com o Paraguai, diz chanceler após suposta espionagem – Grupo Ceres de Comunicação

Chanceler Mauro Vieira fala à imprensa na saída da reunião de chanceleres do Mercosul em Buenos Aires

Foto:. Reprodução / Luciana Taddeo

Em meio ao pedido de informações do governo do Paraguai sobre a suposta espionagem da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ao país e à convocação do seu embaixador em Brasília para consultas, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta sexta-feira (11) que não existe uma crise entre o Brasil e o Paraguai.

“Não tem crise. Brasil e Paraguai são países amigos, que têm uma relação de muita amizade, muito entendimento”, disse o chanceler a jornalistas em Buenos Aires, quando perguntado pela CNN sobre a reunião bilateral com o ministro paraguaio das Relações Exteriores, Rubén Ramírez Lezcano, no dia anterior.

Segundo o chefe da diplomacia brasileira, na reunião foram abordados os temas bilaterais fundamentais para os dois países, como a usina hidrelétrica binacional de Itaipu e a integração entre o Brasil e o Paraguai, além do Mercosul e de questões globais.

“Foi uma conversa ótima”, disse. “Eu conheço por causalidade o ministro Rubén Ramírez há mais de 30 anos, porque ele, como eu, é um diplomata de carreira. Foi uma conversa muito boa”.

Vieira também negou que a negociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que aborda as condições de suprimento e tarifas da usina binacional, tenha sido suspensa, conforme o governo paraguaio havia anunciado ao saber da suposta espionagem pela Abin.

“Não suspenderam. Nós temos um período… as negociações estão marcadas como limite, como prazo, 31 de maio. E assim vamos continuar”, afirmou sobre as negociações do Anexo C.

Perguntado ainda sobre se há perspectivas do retorno do embaixador paraguaio, Juan Ángel Delgadillo, ao Brasil, após ter sido chamado para consultas pelo governo de Santiago Peña, Vieira disse não ter ingerência sobre esta decisão.

“Quanto à volta do embaixador, depende deles. Eu não mando no embaixador deles. Eles que dão ordens, mas ele vai, voltará, virá, todas as vezes que quiser e for necessário”, concluiu.

As declarações do chanceler brasileiro foram feitas na saída da reunião de ministros das Relações Exteriores do Mercosul, na capital argentina. No dia anterior, ele esteve cara a cara pela primeira vez com Ramírez desde que a informação da suposta espionagem pela Abin veio à tona, por uma reportagem do portal UOL.

Como resposta, o governo paraguaio convocou para consultas seu embaixador em Brasília, Juan Ángel Delgadillo, e afirmou que ele somente retornará para o Brasil após o país prestar esclarecimentos sobre a ação de inteligência.

O governo de Peña entregou um pedido formal de informações ao embaixador brasileiro em Assunção, José Antônio Marcondes, e anunciou a suspensão das negociações do Anexo C até que a suposta espionagem seja esclarecida.

Em comunicado após a reunião entre Vieira e Lezcano, o governo paraguaio afirmou que Vieira informou a Lezcano que a investigação para esclarecer os fatos está em processo no Brasil e que enviará o relatório solicitado pelas autoridades paraguaias quando for concluída.

Em nota, o Itamaraty já tinha negado qualquer envolvimento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com a ação de inteligência. “A citada operação foi autorizada pelo governo anterior, em junho de 2022, e tornada sem efeito pelo diretor interino da Abin em 27 de março de 2023, tão logo a atual gestão tomou conhecimento do fato”, expressa o texto.

Fonte: CNN

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