A secretária-geral Adjunta da Organização das Nações Unidas (ONU) destacou ontem, em Luanda, as potencialidades do Corredor do Lobito, defendendo que a infraestrutura ferroviária não deve servir apenas para conectividade, mas para o desenvolvimento das populações.
“O Corredor do Lobito é um marco histórico [na região], é uma infraestrutura que conecta povos, conecta mercados e cria, consequentemente, empregos, mas também é preciso ter em mente a componente humana, não apenas como fator de conectividade”, afirmou hoje Amina Jane Mohammed, em Luanda.
Em declarações à saída da audiência com o Presidente angolano, João Lourenço, no Palácio Presidencial, a diplomata defendeu que a infraestrutura deve concorrer para o desenvolvimento socioeconómico, com a criação de sistemas alimentares em toda a sua extensão.
“Está-se a falar de transporte, não apenas de transporte de bens e serviços, mas também é preciso ter em conta como criar desenvolvimento em todas as populações que vivem ao longo do corredor, tendo em conta também as questões ambientais, de tal forma que não prejudique o ambiente à medida que se criam oportunidades de emprego”, disse.
Em Angola para o reforço das relações bilaterais entre o Governo do país lusófono africano e a ONU, a responsável referiu-se também à importância de se “estimular a economia azul”, no âmbito das ações do Corredor do Lobito.
Amina Jane Mohammed argumentou que, para o caso específico, será preciso “olhar não apenas a parte em terra, mas também a sua extensão para o mar”, garantindo que a temática estará em abordagem nas conferências e cimeiras já programadas pela ONU.
Com o Presidente angolano, a responsável das Nações Unidas disse que abordou a temática do desenvolvimento sustentável de África, questões de paz e segurança, crise humanitária, tensões globais, “numa altura em que o mundo vive situações conturbadas”.
“Falamos também no sentido de ver como podemos alavancar e desenvolver África, principalmente tendo em conta as metas e visões de cada país”, notou.
Amina Jane Mohamed, que visita sexta-feira o Corredor do Lobito, localizado na província angolana de Benguela, disse igualmente que o desenvolvimento humano e questões do género estiveram no centro da conversa que manteve com o chefe de Estado angolano.
A adjunta de António Guterres, que cumpre uma jornada de trabalho em Angola, é a mais alta entidade das Nações Unidas a visitar Angola, depois do antigo secretário-geral Ban Ki-moon, em 2012.
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