Na Venezuela há cada vez mais idosos portugueses carenciados a viver em solidão – Economia – SAPO.pt

“A solidão, a falta de recursos [económicos] e a falta de saúde, são um cocktail muito difícil para os idosos. Muitos filhos destas pessoas tiveram também de buscar melhores condições de vida para outros lugares. Então as pessoas idosas ficam sozinhas e a precisar de uma mão amiga e de acompanhamento”, disse.

Fernandes falava à agência Lusa no Centro Português de Caracas, à margem do almoço de primavera organizado pela SBDP para angariar fundos para ajudar portugueses e luso-venezuelanos carenciados.

Em muitos casos, disse a dirigente, a situação complica-se porque os próprios filhos não são capazes de se sustentar e têm de se adaptar aos países para onde emigraram.

“A solidariedade é a palavra-chave. É ajuda, acompanhamento, ouvir e os luso-venezuelanos, dar-lhes dignidade, ajudar a cobrir as suas necessidades e a viver dignamente”, disse Fernandes.

A dirigente explicou que há portugueses a chegar à terceira idade com os filhos emigrados e sem terem os recursos económicos para se sustentarem, nem para terem a medicação adequada.

“Há situações muito tristes de pessoas, que se sentem abandonadas e que entram em depressão, enquanto o tema da saúde mental muitas vezes fica por resolver”, disse Fernandes.

Questionada sobre os riscos que correm os idosos portugueses que usam o Facebook e outras redes sociais para ultrapassar a solidão, contactar e pedir amizade a outras pessoas, a dirigente explicou que ao chegarem à terceira idade as pessoas ficam também mais vulneráveis e frágeis.

“Estamos a acompanhar 135 famílias com um cabaz alimentar e 200 famílias na parte da farmácia, com medicamentos, fraldas e centros de cama. (…) Damos formação na Beneficência, cursos de costura, cestaria e culinária portuguesa. E também ajudámos pequenos empreendimentos que podem ser feitos nas comunidades onde moram para que tenham algumas receitas”, disse Fernandes.

A dirigente explicou ainda que os empresários portugueses têm sido muito solidários e que qualquer ajuda é bem recebida, porque entre todos é possível fazer a diferença na vida dos carenciados.

“A Beneficência tem 55 anos a ajudar compatriotas (…) Não é só agora, mas é verdade que o tema económico afeta ainda mais as populações que já estão em dificuldades”, disse.

Fernandes disse que gostaria que a economia estivesse um bocadinho melhor e que todos os lares de portugueses tivessem o necessário para viver com dignidade.

FPG // VQ

Lusa/Fim

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