Na Conferência dos Oceanos, Brasil e França lideram ofensiva por conexão com agenda climática | Sociedade

Na segunda-feira (9), no primeiro dia da Conferência dos Oceanos, Brasil e França lançaram o Desafio NDC Azul, pedindo que todos os países coloquem ações focadas no oceano no centro de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) antes da COP30, que será realizada em novembro, em Belém, no Pará. Oito nações já aderiram à iniciativa, entre eles Austrália, Fiji, Quênia, México, Palau e Seychelles.

“Para o Brasil, o Desafio NDC Azul representa uma oportunidade fundamental para fortalecer a ação climática relacionada ao oceano e enfatizar o papel essencial das soluções baseadas no oceano para atingir as metas de redução de emissões”, afirmou a Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, citada pelo portal Euronews.

Ela acrescentou que, em seu mais recente plano climático, o Brasil incluiu explicitamente ações climáticas baseadas no oceano pela primeira vez. Isso inclui compromissos como o estabelecimento de programas para a conservação e restauração de ecossistemas marinhos vitais, como manguezais e recifes de corais.

Tom Pickerell, diretor global do Programa Oceânico do World Resources Institute e chefe do Secretariado do Painel de Alto Nível para uma Economia Oceânica Sustentável, disse que “soluções climáticas baseadas no oceano podem proporcionar até 35% das reduções de emissões necessárias para manter 1,5°C [de aquecimento global] ao nosso alcance”. “Mas estamos ficando sem tempo para maximizar o potencial do oceano. É por isso que os países devem colocar o oceano no centro de suas estratégias climáticas”, salientou.

As NDCs são a peça central dos esforços dos países para reduzir as emissões de carbono e limitar o aquecimento do planeta a 1,5°C, segundo o Acordo de Paris. Os países deveriam apresentar planos atualizados em fevereiro, mas apenas 11 dos 195 signatários do Acordo de Paris o fizeram. Até o início de junho, outros 11 apresentaram suas metas.

O Brasil é um dos cinco do G20 que entregaram, junto com os Estados Unidos, ainda sob o governo de Joe Biden, o Reino Unido, o Japão e o Canadá. O prazo final agora é setembro, antes da COP 30.

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Brasil ratificará Tratado do Alto Mar

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que está participando da Conferência dos Oceanos, em Nice, na França, disse que deve ratificar ainda este ano o Tratado do Alto Mar.

“O Brasil está comprometido a ratificar o Tratado do Alto Mar ainda este ano, para assegurar a gestão transparente e compartilhada da biodiversidade além das fronteiras nacionais”, disse o líder, conforme relatado pela Agência Brasil.

Adotado pelos Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) em junho de 2023, o acordo permite que os países criem parques marinhos em águas internacionais, que cobrem quase dois terços dos oceanos e permanecem em grande parte sem regulamentação.

Até agora, 116 países o assinaram, incluindo o Brasil, mas para que ele entre em vigor é preciso que pelo menos 60 nações o ratifiquem, e, segundo a organização internacional High Seas Alliance, somente 32 já o fizeram.

Em seu discurso na Conferência dos Oceanos, Lula relatou que o Brasil apresentará no evento sete compromissos voluntários, relacionados à proteção de áreas marinhas, ao planejamento espacial marítimo, à pesca sustentável, à ciência e à educação.

“Além de zerar o desmatamento até 2030, vamos ampliar de 26% para 30% a cobertura de nossas áreas marinhas protegidas, cumprindo a meta do Marco Global para a Biodiversidade. Também implementaremos programas dedicados à preservação dos manguezais e dos recifes de corais e estamos formulando uma estratégia nacional contra a poluição por plásticos no oceano”, informou.

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