(Multimídia) Médicos chineses levam consultas gratuitas a escolas na Guiné-Bissau-Xinhua

O pediatra Hu Kui examina os gânglios linfáticos submandibulares de um estudante em 13 de junho de 2025, na escola Samora Moises Machel, em Bissau, capital da Guiné-Bissau.

   Bissau, 15 jun (Xinhua) – Na manhã de 13 de junho, formou-se uma longa fila nas salas de aula na escola Samora Moisés Machel, em Bissau. Sob a luz matinal, os olhos dos 1643 alunos enchiam-se de expectativa. Palestras de ciências, exames de saúde e consultas no local tornaram-se possíveis graças a uma equipe de médicos chineses, que trouxeram um presente para a saúde aos estudantes desta escola.

   Em fevereiro deste ano, o 20º grupo da equipe médica chinesa na Guiné-Bissau, em colaboração com o Ministério da Saúde Pública e o Ministério da Educação do país, lançou conjuntamente a série de atividades “Saúde nas Escolas”. Desde a inauguração oficial do programa, em 20 de maio, uma equipe de 14 médicos chineses – especializados em mais de dez áreas, incluindo pediatria, gastroenterologia, cirurgia geral, dermatologia e cardiologia – vêm prestando consultas gratuitas em cinco escolas da capital, Bissau.

   “A base do sistema de saúde na Guiné-Bissau é frágil, e o estado de saúde da população adolescente não pode ser ignorado”, disse Pang Yong, líder do 20º grupo da equipe médica chinesa na Guiné-Bissau, no local das consultas gratuitas na escola Samora Moisés Machel. “A maioria dos alunos enfrenta problemas durante a adolescência, como desnutrição, doenças parasitárias, doenças de pele e falta de conhecimento sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.”

   Pang Yong explicou que, nesta sessão, os principais problemas detectados foram diarreia, dor abdominal, inflamação ocular, desnutrição, infecções de pele e doenças respiratórias – todos relacionados com condições sanitárias precárias, poeira intensa na estação seca, proliferação bacteriana em época de chuvas e ingestão nutricional insuficiente.

   Sabe-se que a Guiné-Bissau possui apenas alguns hospitais gerais em todo o país, principalmente concentrados na capital. Os hospitais regionais são atrasados, os centros de saúde comunitária têm baixa cobertura e há uma grave escassez de pessoal de enfermagem. Doenças infecciosas como malária, doenças relacionadas à nutrição, doenças crônicas e parasitárias são as principais ameaças à saúde da população local.

   O cirurgião ortopédico Guo Qiang, membro da equipe, foi responsável pelas consultas de ortopedia e parte das palestras de divulgação científica durante as consultas gratuitas. Embora o ambiente médico do país seja rudimentar, ele ficou profundamente impressionado com a inocência das crianças e o caloroso entusiasmo delas, e a necessidade de profissionais de saúde.

   “Uma vez tratei um paciente de 3 anos cujo polegar esquerdo ficou gravemente infectado após uma lesão e enfrentava amputação. Quando a família estava quase desesperada, contatou-me durante a noite através das redes sociais. Após o tratamento, o polegar da criança acabou por ser salvo”, contou Guo Qiang. Ver a confiança total e a gratidão nos olhos do menino e de sua família fez com que ele compreendesse ainda mais profundamente o significado da atividade “Saúde nas Escolas”.

   As consultas gratuitas resolveram problemas reais para as crianças. Maria Inês Djassi, de 16 anos, sofria há muito tempo de dor abdominal e diarreia, mas fatores como a longa distância até as unidades de saúde e os altos custos impediam-na de obter tratamento hospitalar eficaz.

   No local, os médicos chineses perguntaram detalhadamente sobre sua condição, ensinaram-lhe sobre prevenção da diarreia e deram-lhe medicamentos gratuitos. “Estou muito grata aos médicos chineses. A vinda deles é realmente importante para nós”, disse Maria emocionada aos repórteres. Esta experiência até acendeu seu sonho de estudar medicina: “Depois de ouvir a palestra de hoje, realmente quero estudar medicina, especialmente para me tornar uma médica profissional na área da saúde pública.”

   Abdulai Indjai, de 18 anos, apresentava desconforto nos olhos. Os médicos chineses diagnosticaram-no com possível conjuntivite e ensinaram-lhe pacientemente métodos de cuidados oculares. “Estas ‘pequenas doenças’ que não são levadas muito a sério podem realmente causar grandes problemas nas nossas vidas. Ser visto e cuidado é um sentimento muito especial”, expressou Abdulai.

   “Os médicos chineses são muito profissionais e pacientes. Não só realizaram exames físicos nos nossos alunos, como também deram palestras altamente profissionais. Muitos alunos normalmente têm dificuldade em obter cuidados médicos, então esta oportunidade de receber tratamento diretamente na escola é muito rara”, disse Mamadú Lamarana, diretor da escola Samora Moisés Machel. Ele expressou profunda gratidão à equipe médica e espera que mais atividades de consulta gratuita possam chegar às escolas no futuro.

   Desde 1976, quando a China enviou a primeira equipe médica a pedido do governo da Guiné-Bissau, já foram destacadas 20 equipes com mais de 300 profissionais para o país. A 20ª equipe, que chegou em maio de 2024, está baseada principalmente no Hospital de Amizade Sino-Guineense, onde continua a desenvolver serviços clínicos, formação e educação em saúde comunitária.

O líder da equipe médica chinesa, Pang Yong, divide conhecimentos sobre diarreia com alunos e professores em 13 de junho de 2025, na escola Samora Moisés Machel, em Bissau, capital da Guiné-Bissau.

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