“Pela liberdade e pelo direito à vida”. O coletivo “Unidas Somos Mais Fortes” promove uma marcha pelo fim da violência contra as mulheres em Angola.
Só em 2023, o país registou oficialmente mais de três mil casos de crimes de violência doméstica. Este sábado (29.03), em Luanda, as mulheres são chamadas à rua para exigir uma revisão legislativa que elimine desigualdades e discriminações.
“Nosso grito é justiça! Não esquecemos, não nos calarão!”. Este é o lema da marcha. À DW, a porta-voz do coletivo, Ginga dos Santos, dá conta do aumento do número de denúncias por violência doméstica, lamentando o retrocesso que se tem verificado nas conquistas já alcançadas pelos direitos das mulheres. “O que nós queremos é justamente afirmar que, apesar das violências, nós continuamos inteiras e a resistir”, sublinha.
“Nosso grito é justiça!”
A marcha denuncia a conivência do Estado na violência contra as mulheres, evidenciada pelo feminicídio, a violência institucional.
A ativista critica nomeadamente as “lacunas” no diploma que estabelece o regime jurídico de prevenção da violência doméstica, de proteção e de assistência às vítimas, instando o Estado a adotar medidas concretas que garantam a segurança e a igualdade de género.
“A Lei n.º 25/11 de 14 de Julho de 2011 que deveria ser específica sobre violência contra a mulher é generalista, é uma lei que serve para todos. Além de não ser específica, tem diversas outras lacunas”, aponta, exemplificando que, apesar de a lei instituir casas de abrigo, até ao momento, “essas casas são desconhecidas”.
A concentração está marcada para as 9h00, no Largo das Heroínas, em Luanda.
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