MST é tropa de choque de Maduro

O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, MST, recebeu 180 mil hectares de terras na Venezuela das mãos do ditador Nicolás Maduro na semana passada.

No Brasil, o movimento promoveu mais de 70 ações de protestos e invasões entre os dias 11 e 14 de março, e está preparando outras ações para as próximas semanas.

Trata-se de um caso clássico de ingerência externa, em que um ditador estrangeiro financia um grupo armado que gera instabilidade no Brasil, violando as leis brasileiras.

Repressão no campo

Maduro afirma que o objetivo da doação de terras ao MST é produzir alimentos. É muito mais que isso.

A Venezuela já foi um grande produtor e exportador de alimentos até a década de 1990.

Quem destruiu o campo no país foram os ditadores Hugo Chávez e Nicolás Maduro, com expropriações de sítios, confisco de máquinas, ações de grupos armados colombianos e congelamento de preços.

Com tudo isso, só pode prosperar hoje no campo venezuelano quem tem conexões com a ditadura.

Maduro traz para perto de si o MST não por que precisa de produtores de alimentos, porque isso a Venezuela tem aos montes, mas porque quer ter uma tropa de choque que possa atuar além de suas fronteiras.

E o MST já cumpriu essa função no passado.

Segurança da Embaixada da Venezuela em Brasília

Quando, em 2019,  diplomatas do presidente interino Juan Guaidó ocuparam a embaixada da Venezuela em Brasília, após o governo brasileiro romper relações com Maduro, eles foram expulsos com ajuda do MST e do deputado federal Paulo Pimenta, ex-ministro da Secom de Lula.

O MST, então, ficou encarregado da vigilância na portaria da embaixada, obedecendo as ordens de Maduro.

Há uma relação umbilical entre o MST e Maduro.

Em 2014, o MST já tinha assinado um acordo com a ditadura de Maduro, com o objetivo de “fortalecer o que é fundamental em uma revolução socialista“.

Quem assinou a parceria foi o vice-presidente venezuelano na época, Elias Jaua, cuja babá foi presa com uma arma guardada em uma maleta tentando entrar no Brasil.

Firmar esse convênio para incrementar a capacidade de intercâmbio de experiências, de formação, para fortalecer o que é fundamental em uma revolução socialista, que é a formação da consciência e da organização do povo para defender o que já foi conquistado e seguir avançando na construção de uma sociedade socialista“, disse Jaua durante a visita ao Brasil, em 2014.

Na Venezuela, Jaua era o responsável por financiar os diversos grupos armados que reprimiam o povo em prol da ditadura.

Visitas a Caracas

No final do ano passado, João Pedro Stédile, líder do MST, foi a Caracas para assinar um acordo com Maduro (foto).

Em janeiro deste ano, Stédile, voltou ao país para prestar solidariedade ao ditador, após a fraude eleitoral no ano passado.

O encontro deste ano foi registrado pelo canal oficial VTV e mostra bem a natureza da parceria:

Stédile afirmou que ‘a Venezuela continua sendo um farol na luta global contra o fascismo e o imperialismo‘, liderando a luta contra todas as formas de exploração com foco na justiça e na unidade. Nesse contexto, Stedile enfatizou a importância de estabelecer laços fortes em cada país, afirmando que não basta demonstrar solidariedade com Venezuela, Cuba e Palestina; é preciso lutar em todos os países. ‘Eles não passarão!‘, exclamou Stedile, enfatizando a necessidade de confrontar o fascismo em todas as suas formas“, diz o texto no site do canal.

O Exército do Stédile

No Brasil, assim como na Venezuela, o MST não tem por objetivo a produção alimentos, mas a imposição de um projeto político radical.

Em 2015, durante o governo de Dilma Rousseff, Lula afirmou em um discurso no Rio de Janeiro que “também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stédile colocar o Exército dele nas ruas”.

Em março deste ano, o MST retomou as invasões em diversos estados para marcar o “Abril vermelho“.

Quando proprietários rurais brasileiros tiverem suas propriedades invadidas é porque Maduro estará repetindo no Brasil a mesma receita desastrosa que aplicou na Veneuzela.

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