“Amílcar Cabral constitui uma grande imagem e figura para todo o povo cabo-verdiano e homenageá-lo significa (ter) ações diárias, não é apenas num ato isolado que se vai estar a denegrir a imagem de Cabral e toda a luta que fez para que hoje fossemos um estado independente“, referiu o deputado Vander Gomes, na terça-feira, em conferência de imprensa, na ilha de São Vicente.
“Já não se justifica que, para se conseguir protagonismo e notoriedade pessoais, se tente aproveitar indevidamente a imagem e o contributo de Amílcar Cabral como bengala“, acrescentou.
O eleito do MpD reagia às críticas do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) que, horas antes, considerou “escandaloso” que os discursos oficiais do líder do governo e do MpD, Ulisses Correia e Silva, e do presidente da Câmara de São Vicente, Augusto Neves, na abertura das comemorações, na sexta-feira, tenham ignorado o líder do movimento pelas independências de Cabo Verde e Guiné-Bissau, Amílcar Cabral (1924-1973).
A mesma crítica já havia sido feita publicamente e à Lusa, na segunda-feira, pelo antigo embaixador cabo-verdiano Luís Fonseca, que lutou pela independência e que foi detido pelo regime colonial.
Mas o deputado do MpD atribuiu as críticas a uma “retórica” de “alguns saudosistas” que “não faz sentido num estado de direito democrático”.
As celebrações dos 50 anos de independência, organizadas pelo governo de Cabo Verde, decorrem até dezembro. O ponto alto está previsto para 5 de julho, Dia da Independência, com uma sessão especial do parlamento, na capital, Praia.
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