A posição do MpD foi assumida hoje pelo secretário-geral do partido, Agostinho Lopes, em conferência de imprensa convocada em resposta às críticas do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) ao discurso do primeiro-ministro na abertura das comemorações dos 50 anos da independência.
“Incentivamos o Governo, pois, e a sociedade, a tudo fazerem para que as actividades de comemoração do 5 de Julho decorram com o brilho e a tranquilidade que se espera”, exortou.
“Todo o povo de Cabo Verde espera que elas ocorram num ambiente de paz e tranquilidade e não de crispação política”, acrescentou Agostinho Lopes.
O secretário-geral do MpD afirmou que “a independência nacional é a maior conquista do povo cabo-verdiano” e que deve ser tratada como um símbolo de união e orgulho nacional.
O dirigente reiterou o reconhecimento do partido ao papel de Amílcar Cabral na luta pela libertação, classificando-o como “uma figura de dimensão mundial” e “herói ímpar que mostrou o caminho”.
Segundo o secretário-geral, o discurso proferido pelo primeiro-ministro nas cerimónias em São Vicente foi “mobilizador, virado para o futuro” e decorreu num ambiente de “muita amizade, paz e participação popular”.
Criticou o PAICV por, alegadamente, transformar questões pontuais em polémicas e por, segundo afirmou, recorrer à figura de Cabral sempre que enfrenta dificuldades internas.
“Há uma apropriação da figura de Cabral por parte de um partido, e isso é errado. Pedimos encarecidamente ao PAICV que liberte Cabral, que o deixe ser o herói do povo que sempre foi”, declarou Agostinho Lopes.
Relativamente à ausência de algumas figuras históricas nas cerimónias, nomeadamente o comandante Pedro Pires, Agostinho Lopes afirmou que este integra a Comissão de Honra das festividades e que qualquer questão sobre convites específicos deve ser dirigida à comissão organizadora.
“Essas pequenas polémicas não deviam ensombrar as festividades nem ser utilizadas com fins políticos”, frisou.
O dirigente do MpD garantiu que todos os partidos com representação parlamentar estão integrados nas estruturas das comemorações, nomeadamente a Comissão de Honra, Comissão Executiva e Secretaria Executiva, e que têm plena participação no processo.
“Estão incluídos, fazem parte da definição e aprovação do programa”, vincou.
Relativamente à ausência de referências a Amílcar Cabral nos discursos, o secretário-geral reiterou o respeito do MpD pela sua figura e salientou que um discurso não define a totalidade de uma celebração nacional.
O PAICV pediu hoje, na Praia, que as comemorações do 50.º aniversário da Independência Nacional sejam momentos que valorizem a Nação “por inteiro”, de trabalho para a união e “ampla e benéfica” reconciliação nacional, “sem complexos e preconceitos”.
Inforpress
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