Moody’s mantém rating e outlook de Portugal – Obrigações

A Moody’s manteve esta sexta-feira a notação de Portugal, com perspetiva estável, quando os analistas esperavam que poderia haver uma subida do “outlook” para positivo. Em vésperas de eleições legislativas, o rating mantém-se assim em A3, que corresponde ao sétimo grau da categoria de investimento de qualidade (ou seja, quatro níveis acima de “lixo”).

Num comunicado emitido esta sexta-feira, a agência refere que, “uma vez que um governo de gestão vai garantir o funcionamento tranquilo das instituições e operar no âmbito do orçamento de 2025 até que um novo governo seja formado, não esperamos que o aumento da incerteza política afete significativamente as tendências orçamentais e económicas atuais, que continuam em linha com as nossas expectativas na última ação de rating em novembro de 2023″.

Contudo, a agência indica que as eleições antecipadas “provavelmente não vão produzir uma maiora clara de governo” e alerta que um “resultado eleitoral potencialmente inconclusivo seguido de uma incerteza política prolongada poderá enfraquecer a atividade económica se adiar os investimentos privados e públicos e a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.

Ainda assim, a Moodys’s refere que, de acordo com as sondagens, as eleições deverão resultar na continuidade de um governo minoritário que “apoiará a continuação da implementação do PRR nacional e uma política orçamental prudente com o objetivo a reduzir o fardo da dívida pública”, assinala.

A agência volta a referir que os ratings de Portugal “refletem a economia competitiva e diversificada, os níveis relativamente elevados de riqueza e a força institucional elevada”. Contudo, mantém o aviso sobre o “ainda elevado rácio de dívida pública face à maioria dos países com avaliação semelhante, embora o rácio tenha caído consistentemente desde o pico de 2020”.

Quanto às projeções macroeconómicas, a Moody’s prevê um crescimento real do PIB de 2,2% em 2025 e de 1,9% em 2026, que poderá ser penalizado pela imposição das tarifas norte-americanas. A agência prevê também excedentes orçamentais em 2025 e 2026.

Foi em novembro de 2023 que a Moody’s subiu o rating de Portugal para o clube do A, altura em que o “outlook” foi revisto em baixa, de positivo para estável. Nas duas avaliações do ano passado, em maio e novembro, a Moody’s optou pela manutenção – a mesma decisão que tomou esta sexta-feira, antes das eleições legislativas do próximo domingo.

A Moody’s é a quarta das grande agências a pronunciar-se sobre o rating de Portugal este ano. Em janeiro, a DBRS subiu o rating para A (elevado) face a A, com perspetiva estável, enquanto a S&P elevou em fevereiro o rating para A face a A-, com outlook positivo. Já a Fitch, com Portugal em plena crise política, optou em março por manter a notação em A-, com perspetiva positiva.

Também esta sexta-feira, a agência de notação financeira Scope decidiu manter o rating de Portugal em A. “A Scope concluiu uma revisão de monitorização para a República Portuguesa. A revisão periódica não resultou em qualquer ação de classificação”, referiu em comunicado.


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