Moçambique e outros países da África Austral saem da lista de fome extrema da ONU após melhora nas colheitas – Noticia Preta

O Programa Mundial de Alimentação (PMA) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) anunciaram nesta segunda-feira (17) que Moçambique, Malawi, Namíbia, Lesoto, Zâmbia, Zimbabwe, Níger, Etiópia e Quênia foram retirados da lista global de “pontos críticos da fome”. A decisão reflete uma melhora significativa nas colheitas após um período de secas severas causado pelo fenômeno climático El Niño, que afetou duramente a região entre 2023 e 2024.

O relatório semestral das agências da ONU indica que, apesar dos avanços, a situação ainda exige atenção, já que os ganhos permanecem frágeis e podem ser revertidos diante de novos choques climáticos ou crises econômicas.

Moçambique, Malawi, Namíbia, Lesoto, Zâmbia, Zimbabwe, Níger, Etiópia e Quênia foram retirados da lista global de “pontos críticos da fome”. – Imagem: IA

O sul da África, em especial, enfrentou uma das piores secas das últimas décadas devido ao El Niño. Milhões de pessoas em países como Moçambique, Malawi, Zimbabwe, Lesoto e Zâmbia dependiam de ajuda humanitária há poucos meses para garantir acesso a alimentos. No entanto, a recente recuperação das chuvas e condições mais favoráveis para a agricultura permitiram uma retomada das atividades agrícolas e melhora na segurança alimentar.

A Zâmbia é um dos exemplos mais emblemáticos dessa recuperação. O país deve alcançar uma colheita recorde de milho na atual safra, estimada em 3,6 milhões de toneladas — mais que o dobro da produção do ano anterior, que foi de 1,5 milhão de toneladas, severamente impactada pela seca. A África do Sul também registrou aumento de mais de 14% na produção de milho, um dos principais alimentos básicos da região.

LEIA TAMBÉM: ITAOUA EV: Burkina Faso lança seu primeiro carro elétrico 100% fabricado no país

A melhora na oferta agrícola já reflete na queda dos preços. O milho branco sul-africano, alimento essencial para populações de baixa renda, teve uma redução de 13% no mercado futuro, passando de mais de 980 dólares a tonelada em janeiro para cerca de 855 dólares em junho.

No leste da África e no Níger, o cenário também apresenta avanços, impulsionado pela redução de eventos climáticos extremos e melhores condições para o cultivo. Entretanto, o relatório da ONU alerta que esses progressos ainda são frágeis e podem ser ameaçados por novos episódios climáticos adversos, conflitos armados ou instabilidade econômica.

Apesar da saída desses países da lista de fome extrema, o relatório ressalta que a insegurança alimentar global permanece em níveis preocupantes. Regiões como Gaza, Sudão, Haiti, Mali, Sudão do Sul e partes da República Democrática do Congo continuam enfrentando níveis críticos de fome, agravados por conflitos, deslocamentos forçados e crises econômicas.

O relatório semestral dos Pontos Críticos de Fome da ONU serve como um alerta global sobre os territórios mais vulneráveis à insegurança alimentar severa, reunindo dados sobre impactos climáticos, conflitos, choques econômicos e desastres naturais.

A retirada dos países da África Austral dessa lista representa um avanço importante, mas especialistas ressaltam que é fundamental investir em resiliência, agricultura sustentável e políticas públicas que garantam segurança alimentar de forma contínua e estruturada.

Post Views: 21

Crédito: Link de origem

- Advertisement -

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.