Metade do Haiti em situação emergencial de fome, mas só 8% do apelo foi recebido

O Haiti entrou numa situação ainda mais vulnerável este mês com o início da temporada de furacões no Atlântico.

Numa conversa com jornalistas, por videoconferência, a diretora regional do Programa Mundial de Alimentos, WFP, Lola Castro, contou que a violência está afetando os sistemas alimentares e cadeias de fornecimento na capital haitiana, Porto Príncipe.

Lola Castro, diretora regional do Programa Mundial de Alimentos para a América Latina e o Caribe, durante visita ao Haiti

Violência deslocou 1 milhão de pessoas

Castro visitou o país, onde constatou que metade da população, ou 5,7 milhões de haitianos, enfrentam algum tipo de situação emergencial de fome. A ilha caribenha é um dos cinco países do mundo com níveis catastróficos de fome.

Lola Castro garantiu que o WFP permanecerá atuando no Haiti apesar de toda a violência, deslocamento e colapso.

Mais de um milhão de pessoas no país estão deslocadas devido à violência contínua de gangues e à insegurança.

A diretora regional contou que somente numa comunidade, Kenscoff, as ofensivas de bandidos levaram 14 mil pessoas a fugir. Ali, os produtores costumavam vender os alimentos que colhiam, mas por causa da insegurança passaram a depender de assistência alimentar. Muitas casas desses pequenos agricultores foram destruídas ou queimadas.

Violência de gênero

Outro problema no Haiti é com a violência de gênero. Foram 6 mil casos de violência somente este ano. Lola Castro disse que a situação de mulheres e meninas em Porto Príncipe é dramática.

A capital haitiana é hoje “um dos lugares mais perigosos do mundo” para mulheres e meninas, comentou.

Dezenas de pessoas deslocadas no Haiti

Dezenas de pessoas deslocadas no Haiti

Estoques de ajuda humanitária em declínio

O Plano de Resposta Humanitária para o Haiti deste ano prevê pouco mais de US$ 908 milhões, mas apenas 8% do financiamento está disponível.

Lola Castro afirmou que o PMA precisa de US$ 46,4 milhões, nos próximos seis meses, para sustentar sua resposta emergencial e combater as causas profundas da fome e da desnutrição.

A temporada de furacões começou no domingo e vai até o final de novembro. Geralmente, o WFP tem estoques para alimentar de 250 mil a 500 mil pessoas em caso de emergências, mas este ano, os galpões estão vazios.

Lola Castro encerrou a conversa com a imprensa dizendo que o mundo não pode esquecer do povo do Haiti que está vivendo uma grave crise humanitária.

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