Segundo a médica, a infertilidade continua a ser uma realidade para cerca de 300 mil casais em Portugal, embora o tema ainda seja marcado por silêncio e estigma. “A infertilidade é um problema mais comum do que se imagina e pode ter causas diversas: femininas, masculinas, mistas ou, em alguns casos, inexplicadas. Nem sempre há uma resposta clara, mas há quase sempre caminhos a explorar”, afirma a Dra. Semenova.
Entre os fatores que podem influenciar negativamente a fertilidade estão o stresse, o sedentarismo, a alimentação desequilibrada, o consumo excessivo de álcool e tabaco, o excesso de peso e a obesidade. “Adotar um estilo de vida saudável é essencial, quer para melhorar a fertilidade, quer para garantir uma gravidez com menos riscos”, destaca a especialista, apontando a importância de uma alimentação equilibrada, prática regular de exercício físico, eliminação de hábitos nocivos e sono de qualidade.
A idade é outro elemento determinante na fertilidade feminina. A partir dos 35 anos, observa-se uma diminuição significativa da quantidade e qualidade dos ovócitos. Por isso, a especialista defende que “é fundamental estar informada e procurar aconselhamento médico especializado. Para quem está a pensar adiar a maternidade, a congelação dos óvulos é uma forma de garantir mais opções no futuro”.
Considera-se que há infertilidade quando a gravidez não ocorre após 12 meses de tentativas regulares, ou após seis meses no caso de mulheres com mais de 35 anos. Em Portugal, os tratamentos de Procriação Medicamente Assistida (PMA) são permitidos até aos 50 anos.
Para além dos aspetos físicos, a médica sublinha a relevância do apoio psicológico. “O equilíbrio emocional é um dos alicerces de todo este processo”, reforça. “Ter um acompanhamento psicológico, manter interesses pessoais e partilhar o percurso com quem compreende os desafios pode ajudar a enfrentar este caminho com mais leveza e esperança”.
O Mês da Fertilidade pretende sensibilizar e informar, mas também dar voz às mulheres e casais que enfrentam dificuldades em engravidar. Segundo a Dra. Tetyana Semenova, o acompanhamento médico adequado, aliado a mudanças no estilo de vida e suporte emocional, pode abrir novos caminhos para quem sonha com a maternidade.
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