Medidas de Trump afetam futebol: Castellanos não teve coragem de jogar pela Venezuela – Futebol Feminino


Deyna Castellanos, atacante do Portland Thorns, revelou ao mundo que não se juntou aos trabalhos da seleção venezuelana por temer que não pudesse voltar aos Estados Unidos. Em causa estão as políticas de imigração e de viagens, atuais e previstas, impostas pela administração Trump.


“A incerteza do tipo: ‘Sim, posso ir para casa, mas não sei se posso voltar’ é algo muito assustador, não apenas para mim, mas para as jogadoras de toda a liga”, disse Castellanos aos jornalistas.


Castellanos é a mais recente jogadora da Liga Nacional de Futebol Feminino dos Estados Unidos, a popular NWSL, a não se juntar à equipa nacional durante a última janela internacional. Perdeu dois jogos diante do Panamá este mês.


A Zâmbia não convocou quatro jogadoras da NWSL para os jogos na China por motivos associados à viagem. Entre elas estão Barbra Banda, Grace Chanda e Prisca Chilufya, do Orlando Pride, e Racheal Kundananji, do Bay FC.


O secretário-geral da Associação de Futebol da Zâmbia, Reuben Kamanga, revelou em comunicado que as jogadoras não foram incluídas “devido a medidas adicionais de viagem introduzidas pela nova administração nos Estados Unidos”. O comunicado não refere quaisquer dessas medidas específicas.


“Como uma liga global, reconhecemos as pressões únicas que as atletas internacionais enfrentam no atual clima geopolítico. Estamos comprometidos com a colaboração contínua com a FIFA e outros órgãos governamentais, bem como com nossos clubes, a NWSLPA e o governo federal, para defender soluções de longo prazo que protejam a capacidade dos atletas de competir tanto no cenário nacional quanto no internacional”, disse a NWSL em comunicado enviado à The Associated Press.


“Essa janela internacional reafirmou a importância da conversa proativa e da parceria entre ligas, clubes e seleções nacionais ao equilibrar as necessidades da competição internacional com o bem-estar dos jogadores”, rematou.


No seu primeiro dia de mandato, o Presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva que previa novas restrições para os visitantes de determinados países, com base nas proibições de viagem impostas durante o seu primeiro mandato. Entre os países que terão sido considerados para a proibição de viajar estão a Venezuela e Cuba.


A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, disse no mês passado que a revisão estava em curso e que nenhuma lista tinha sido finalizada.


Os atletas profissionais e os artistas de outros países obtêm vistos P-1 para poderem jogar nos Estados Unidos.


“Fiquei muito triste por não poder ir com a seleção nacional, mas penso que foi a decisão certa para mim ficar e continuar a treinar e a crescer aqui. Mas principalmente para poder ficar e continuar a jogar aqui nos EUA”, disse Castellanos.


Para além das questões relacionadas com as viagens, as políticas administrativas que visam os atletas transgénero também causaram preocupação na NWSL.


A média canadiana Quinn, que se assumiu como não binária em 2020, enquanto jogava no Seattle Reign, juntou-se este ano à nova liga profissional canadiana Northern Super League. Quando foi contratado pelo Vancouver Rise, perguntaram a Quinn se o clima nos Estados Unidos tinha afetado a sua decisão.


“Estaria a mentir se dissesse que não pensei nisso”, disse Quinn, que ganhou uma medalha de ouro com o Canadá nos Jogos Olímpicos de Tóquio. “Isso definitivamente passou pela minha cabeça. É necessária compreensão para entender o que realmente está a acontecer nos EUA”, rematou.


Autor: ANNE M. PETERSON, Associated Press


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