Médico da longevidade revela o hábito número 1 para envelhecer bem

Depois de passar seis anos estudando 1.400 pessoas saudáveis com 80 anos ou mais, o cardiologista americano Eric Topol finalmente concluiu seu livro Super Agers: An Evidence-Based Approach to Longevity (Superidosos: Uma Abordagem Baseada em Evidências para a Longevidade, em tradução livre).

Inicialmente, ele acreditava que a genética era a principal razão pela qual esses indivíduos chegavam à terceira idade sem qualquer vestígio de doenças crônicas. Contudo, o especialista em longevidade viu que estava enganado.

As pesquisas de Topol indicaram que os “superidosos”, como ele mesmo intitula, demonstravam pouquíssimas semelhanças genéticas, o que significava que a longevidade dependia de fatores de estilo de vida. E, de tudo o que se soube, o que se destacou, segundo ele, foi o exercício físico.

“Na verdade, [o exercício físico] é a única intervenção em pessoas que demonstrou algum efeito na desaceleração do relógio biológico do envelhecimento, o que significa que parece alterar a velocidade com que envelhecemos”, relatou ao Washington Post.

“É claro que outros fatores de estilo de vida, como dieta e interações sociais, são extremamente importantes. Mas se há algo que apresente as evidências mais excepcionais para um envelhecimento saudável é o exercício”, frisou.

Médico da longevidade revela o hábito número 1 para envelhecer bem

O exercício físico número 1 para envelhecer bem

Por muito tempo, Eric Topol sugeriu atividades aeróbicas, no lugar de treinamento de força, a seus pacientes. Mas, para ele, isso foi outro erro.

“Quando vi todas as evidências, fiquei totalmente convencido”, disse. “O treinamento de resistência e a força de preensão têm correlações extraordinárias com o envelhecimento saudável”, acrescentou.

Em conversa com a coluna Claudia Meireles, o médico pós-graduado em nutrologia, medicina do esporte e nutrição esportiva Gabriel Resende confirma que está cada vez mais claro, e respaldado pela melhor evidência científica, que o envelhecimento saudável está muito mais relacionado ao estilo de vida do que aos genes de cada pessoa.

“Embora a genética tenha seu papel — cerca de 20% a 30% da longevidade, segundo estudos —, a maior parte dos determinantes do envelhecimento saudável está nas escolhas que fazemos diariamente”, enfatiza.

Homem na terceira idade amarrando o cadarço de tênis em ambiente de academia - Metrópoles
“O treinamento de resistência e a força de preensão têm correlações extraordinárias com o envelhecimento saudável”, afirma o cardiologista americano Eric Topol

De acordo com o especialista, entre todos os fatores de estilo de vida, nenhum é tão poderoso, consistente e bem documentado na literatura científica quanto o exercício físico. “Hoje, sabemos que o exercício não é apenas uma ferramenta para controle de peso ou saúde cardiovascular — ele é, na verdade, uma intervenção biológica capaz de modular diretamente os processos do envelhecimento”, argumenta.

O profissional complementa que a hábito ainda é capaz de melhorar a sensibilidade à insulina, reduzir o estresse oxidativo e estimular a produção de mioquinas, que são proteínas liberadas pelos músculos que têm ação anti-inflamatória, neuroprotetora e cardioprotetora.

“Por outro lado, pessoas que mantêm boa capacidade cardiovascular e preservam sua massa e força muscular têm não apenas maior expectativa de vida, mas, sobretudo, mais anos vividos com autonomia, independência e qualidade de vida — conceito que chamamos de ‘healthspan’, ou seja, a extensão do tempo de vida saudável, livre de doenças crônicas e limitações físicas”, afirma Resende.

Um estudo de Harvard publicado em 2019, por exemplo, descobriu que homens de meia-idade que conseguiam fazer pelo menos 20 flexões tinham um risco significativamente menor de doenças cardíacas.

Portanto, o médico reitera que, se hoje existe um verdadeiro “remédio” capaz de impactar todos os sistemas do corpo, prevenir doenças, retardar o envelhecimento biológico e melhorar a qualidade de vida, certamente será o exercício físico. “E mais importante disso tudo é que é algo gratuito, acessível e sem efeitos colaterais negativos quando bem orientado”, pontua.

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