Manifestações geraram prejuízos de 456 milhões e 50 mil desempregados

Quase mil estabelecimentos comerciais e espaços sociais foram vandalizadas e destruídas nos protestos pós-eleitorais em Moçambique, causando 50 mil desempregados e prejuízos de 456 milhões de euros, segundo o Governo.

“Durante as manifestações violentas, realizado até agora, foram destruídos mais de 955 estabelecimentos económicos e sociais, o que levou ao desemprego cerca de 50 mil pessoas, um número que poderá vir ainda a aumentar. Em termos de custo para a nossa economia, esta situação gerou um prejuízo calculado em cerca de 32,2 mil milhões de meticais [452,2 milhões de euros]”, disse a primeira-ministra, Maria Benvinda Levi, no parlamento, onde o Governo presta hoje e quinta-feira informações aos deputados.

A responsável disse ainda que as vandalizações e destruições de propriedades privadas afetaram a economia do país, para além de limitar a circulação de pessoas e bens, indicando que o Governo está a aplicar ações para a recuperação da economia.

“Devido às manifestações violentas pós-eleitorais, a nossa economia registou no quatro trimestre de 2024 uma contração em menos 4,87% contrariando a tendência de crescimento que vinha registando no primeiro, segundo e terceiro trimestres, que se situou na ordem de 3,2%, 4,5% e 3,68% respetivamente”, acrescentou a primeira-ministra moçambicana.

A governante admitiu também que a economia nacional foi severamente afetada pela época das chuvas, sobretudo com a ocorrência de três ciclones, entre dezembro e março, destruindo bens e matando pessoas.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro, que deram vitória a Daniel Chapo.

Pelo menos 310 pessoas morreram, 1.255 ficaram feridas e quase 1,9 milhões foram afetadas desde o início da presente época chuvosa com a ocorrência de três ciclones em Moçambique, anunciou terça-feira o Governo.

“Nesta época chuvosa em termos cumulativos temos a destacar que foram afetadas 1.838.235 pessoas, sendo de lamentar o óbito de 310 e de 1.255 pessoas feridas, entre outros danos materiais avultados”, disse o porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, em declarações à imprensa no final da reunião semanal daquele órgão, em Maputo.

Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que, além do Chido, que atingiu o país em 14 de dezembro, registou ainda os ciclones Dikeledi, em 13 de janeiro, e Jude, em 10 de março, totalizando estes três cerca de 170 mortos.

O ciclone Jude, o mais recente a afetar o país, entrou em Moçambique através do distrito de Mossuril, tendo feito, pelo menos, 43 mortos, dos quais 41 em Nampula, afetando ainda Tete, Manica e Zambézia, no centro, e Niassa e Cabo Delgado, no norte.

A última atualização do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) apontava para, pelo menos, 384.877 afetados.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, mas também períodos prolongados de seca severa.

Desde outubro, 388 pessoas morreram, segundo o mais recente balanço da Plataforma Decide, uma organização não-governamental moçambicana que acompanha os processos eleitorais.

O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as


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