Localizada na região de Cajamarca, no norte do Peru, a mina de Yanacocha é historicamente reconhecida como a maior mina de ouro da América do Sul. Este complexo minerador, conhecido por sua vasta área explorada e pelo volume total de ouro produzido ao longo de sua história, é responsável por uma parte significativa da produção de ouro do país, contribuindo com aproximadamente 9-10% da produção nacional em 2024. Apesar de sua importância econômica, a região enfrenta desafios sociais significativos, com altos índices de pobreza que contrastam com a riqueza mineral do local.
Yanacocha é um dos depósitos de ouro mais importantes do mundo, e suas operações abrangem áreas das bacias da Quebrada Honda, Rio Chonta, Rio Porcón e Rio Rejo. A mina está situada a altitudes que variam entre 3.500 e 4.100 metros, a cerca de 800 quilômetros de Lima. A exploração do local começou em 1990, e a primeira barra de doré foi produzida em 1993, sob a gestão da empresa Newmont.
Qual é o impacto econômico da mina de Yanacocha?
No primeiro trimestre de 2025, Yanacocha produziu cerca de 3,26 milhões de gramas de ouro (equivalente a 105 mil onças), destacando-se como um dos principais contribuintes para a economia nacional. Ao longo de 2024, a produção total de ouro no país superou os 107 milhões de gramas finos, com Yanacocha mantendo uma posição de liderança entre as operações no Peru. Esta mina não só destaca o Peru no cenário global da mineração, mas também impulsiona a economia nacional com sua significativa contribuição.
Apesar de sua importância econômica, a riqueza gerada pela mineração não se reflete na qualidade de vida da população local. Cajamarca continua a ser a região mais pobre do Peru, com cerca de 45,0% dos habitantes vivendo abaixo da linha da pobreza monetária em 2024. Este paradoxo evidencia um desequilíbrio entre os ganhos econômicos da mineração e o desenvolvimento social da região.
Por que a pobreza persiste em Cajamarca?
A persistência da pobreza em Cajamarca, apesar da presença de uma das minas mais produtivas da América do Sul, levanta questões sobre a distribuição dos benefícios econômicos gerados pela mineração. O Instituto Nacional de Estatística e Informática (INEI) define a pobreza monetária como a condição de quem vive em domicílios cujos gastos não cobrem a cesta básica de consumo. Em 2024, o valor necessário por pessoa foi estimado em 454 soles mensais, enquanto uma família de quatro integrantes precisaria de pelo menos 1.816 soles ao mês.
Este cenário sugere que, embora a mineração contribua significativamente para a economia nacional, os benefícios não estão sendo adequadamente distribuídos para melhorar as condições de vida da população local. A exploração de recursos naturais, portanto, nem sempre se traduz em desenvolvimento regional, especialmente quando não há políticas eficazes de redistribuição de renda e investimento em infraestrutura social.
Quais são os desafios e perspectivas para o futuro?
O caso de Yanacocha ilustra os desafios enfrentados por regiões ricas em recursos naturais, mas pobres em desenvolvimento social. Para que a mineração contribua de forma mais equitativa para o desenvolvimento regional, é necessário implementar políticas que garantam uma distribuição mais justa dos benefícios econômicos. Investimentos em educação, saúde e infraestrutura são essenciais para transformar a riqueza mineral em melhorias concretas na qualidade de vida da população.
Além disso, a participação ativa das comunidades locais na gestão dos recursos e nos processos de tomada de decisão pode ajudar a garantir que os interesses da população sejam considerados. O futuro de Cajamarca depende de um equilíbrio entre a exploração econômica e o desenvolvimento social, assegurando que a riqueza gerada pela mineração beneficie a todos os seus habitantes.
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