Germano Almeida acredita que Nicolás Maduro não vai permitir que haja uma avaliação dos resultados das eleições presidenciais na Venezuela. O comentador afirma que o líder venezuelano “vai sempre manter a narrativa de que ganhou, apesar das evidências de que não”, mas que precisa de algum apoio de outros países da região, como o Brasil.
Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato como presidente da Venezuela, com 51,2% dos votos, enquanto o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2%, nas eleições do último domingo. Os resultados eleitorais são amplamente questionados pela coligação de oposição e por grande parte da comunidade internacional.
“Se Maduro e o Governo de Maduro dizem que ganharam, então não deviam ter problemas em mostrar as atas eleitorais”, aponta Germano Almeida.
O comentador SIC considera que o desenvolvimento da situação na Venezuela vai agora depender da força que a oposição tiver para continuar a luta. Também a população, assinala, está a reagir, e já com alguma violência – pelo menos sete pessoas morreram e houve estátuas do antigo líder Hugo Chávez a serem derrubadas, nos protestos após as eleições.
“Não sabemos a evolução desse tipo de reação e de movimento. Porque manifestações que podem ter algum tipo de violência, depois, ao fim de alguns dias, também passam. A verdade é essa”, adverte.
O papel dos países vizinhos
Germano Almeida frisa a importância de que outros países da região – especialmente aqueles que têm líderes politicamente próximos de Maduro, como o Chile, mas também a Argentina, o Panamá, o Equador, a Costa Rica e, claro, o Brasil – exerçam pressão sobre o regime venezuelano e não reconheçam os resultados eleitorais.
Celso Amorim, “o mais cotado elemento de relações externas de Lula”, está em Caracas, para reunir tanto com Nicolás Maduro, como com o opositor Edmundo González Urrutia.
“Maduro sabe que precisa de algum tipo de respaldo do Brasil ou então não, e vai ficar ainda mais isolado”, diz Germano Almeida.
O comentador SIC aprova, de resto, a posição assumida por Portugal – país que conta com uma grande comunidade emigrante na Venezuela -, que pediu transparência nos resultados eleitorais, mas não se pronunciou mais sobre um tema que deve ser interno.
EUA: recorde absoluto para Kamala
Germano Almeida comentou também a situação política nos Estados Unidos da América, marcada pelo clima pré-eleitoral e pela notícia de que a democrata Kamala Harris conseguiu, em apenas uma semana, uma angariação de 200 milhões de euros para a campanha – um recorde absoluto.
O comentador diz que o fenómeno é explicado pela “mobilização” democrata, após Joe Biden ter abandonado a corrida à Casa Branca.
“Depois de desistência de Biden e do bom arranque de Kamala, há uma espécie de panela de pressão que se abre e um grande entusiasmo democrático”, frisa. “É a prova de que a corrida está relançada e as sondagens assim o dizem”.
Germano Almeida refere que, nos estados decisivos, há um empate nas intenções de votos. “A 98 dias da eleição, claramente, Kamala Harris tem hipótese de ganhar, embora Trump ainda seja ligeiramente favorito”, conclui.
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