“Estamos a atingir [uma produção de] 1.080.000 barris por dia e vamos para 1.100.000, com o nosso próprio esforço, e garantindo a produção e a comercialização com a classe trabalhadora (…) se tínhamos planos para em um ano ou dois anos recuperar a capacidade de refinação, vamos acelerar os investimentos que estamos a fazer”, disse.
Nicolás Maduro falava durante um Conselho Nacional de Economia Produtiva, transmitido pela televisão estatal, durante o qual desafiou os empresários a associar-se à refinação de hidrocarbonetos.
“Todos esses produtos vão ser exportados, é dinheirinho bem investido. Investimento que se recupera a curto prazo, e estarão também a contribuir para o seu país, como empresários patriotas que amam esta nação”, disse.
Maduro defendeu “abrir as comportas ao capital nacional, porque o capital internacional [já] quer entrar e expandir-se”.
“Estamos apenas a 25, 30% da capacidade de refinação da Venezuela, e se aumentarmos para 60%, isso já será um rendimento muito favorável e estimado para o país”, disse Maduro, que determinou o cumprimento dos contratos já assinados com empresas internacionais no setor do gás.
O Presidente venezuelano explicou que a Venezuela tem um modelo económico nacional que é relevante para a realidade do país e do mundo, à beira de ser multicêntrico e pluripolar, e acusou os Estados Unidos de tentarem subjugar as outras economias, enquanto os outros países mantêm silêncio.
“Toda esta guerra comercial está a ser travada para torcer o braço das economias do resto do mundo, e entregá-las aos pés da hegemonia norte-americana. Estas coisas só podem ser ditas a partir da Venezuela. Poucos países no mundo podem dizer as verdades que não calaremos, porque a Venezuela (…) continuará a construir o seu próprio modelo económico, social, cultural e político, adequado à nossa realidade, idiossincrasia, e sonhos”, disse.
Por outro lado, anunciou que o Banco Central da Venezuela estima um crescimento não menor de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e que o seu governo está bem preparado para em qualquer cenário garantir a produção, o abastecimento e a satisfação das necessidades económicas dos venezuelanos.
“No meio das incertezas criadas pela guerra económica no mundo e, especificamente, pelos anúncios de guerra económica contra a Venezuela, que todos estejam atentos para fazer o que tem de ser feito”, disse, frisando que o seu Governo fará tudo o que tiver que fazer para superar a perturbação criada pelos anúncios de guerra económica dos EUA contra o país.
Maduro insistiu na importância de continuar uma política acelerada e agressiva de substituição das importações, e de proteção da produção local.
Durante o Conselho Nacional de Economia Produtiva, Maduro defendeu a unificação impositiva e a isenção de impostos municipais para a atividade produtiva primária a partir de 31 de março.
Em 24 de março, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que irá impor tarifas aduaneiras de 25% sobre todas as importações de qualquer país que compre petróleo ou gás da Venezuela, devido à atitude “hostil” do país sul-americano.
“A Venezuela tem sido muito hostil para com os Estados Unidos e as liberdades que defendemos. Por isso, qualquer país que compre petróleo e/ou gás da Venezuela será obrigado a pagar uma tarifa de 25% aos Estados Unidos sobre qualquer comércio que faça com o nosso país”, anunciou Trump na rede social Truth Social.
Estas taxas deverão entrar em vigor a 02 de abril, denominado por Trump como “o dia da libertação”, no qual deverão ser impostas várias “tarifas recíprocas” aos parceiros comerciais dos Estados Unidos.
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