Maduro anuncia detenção de grupo armado que tentou entrar na Venezuela

O anúncio foi feito através da televisão estatal venezuelana pelo terça-feira pelo próprio Presidente Nicolás Maduro, que não precisou o número total de pessoas detidas.

 

“Ontem [segunda-feira] capturámos um grupo de terroristas, aqui no leste do país, com um lote de armas de guerra provenientes, de Trinidad e Tobago, entre os quais metade são colombianos, sicários colombianos, trazidos pelo mar das Caraíbas para entrar”, disse o chefe de Estado.

Na comunicação, Nicolás Maduro voltou a acusar a oposição venezuelana, que diz ser fascista, de estar a organizar atentados terroristas contra a sua gestão, alguns dos quais, segundo disse, terão sido neutralizados e capturados “os mais importantes chefes”.

O anúncio da detenção do grupo de terroristas teve lugar no mesmo dia em que a Organização Não-Governamental Foro Penal (FP) denunciou que há 927 presos políticos na Venezuela, entre os quais 82 cidadãos estrangeiros.

Segundo o FP, cuja ação se concentra na defesa dos direitos das pessoas detidas por motivos políticos na Venezuela, do total de presos políticos, 758 são civis e 169 são militares, 831 são homens e 96 mulheres.

Numa mensagem divulgada na rede social X, o FP explica que 922 detidos são adultos e 5 adolescentes com idades entre 14 e 17 anos de idade.

A ONG fez ainda saber que, desde a semana passada, 13 cidadãos foram detidos e 8 libertados pelas autoridades venezuelanas.

O FP afirma desconhecer o paradeiro de 52 presos políticos e sublinha que há “82 cidadãos presos com nacionalidade estrangeira”, sem, no entanto, avançar detalhes sobre se se trata de cidadãos com dupla nacionalidade, e de quais países são originários.

Dados da ONG, divulgados em 04 de março de 2025 davam contam de que a Venezuela tinha 66 cidadãos estrangeiros detidos por motivos políticos, entre os quais quatro cidadãos portugueses com dupla nacionalidade.

Na mensagem divulgada esta terça-feira, o FP explica que registou, desde 2014, 18.409 detenções políticas na Venezuela.

Também que assistiu gratuitamente mais de 14 detidos, entretanto libertados, e a outras vítimas de violações dos respetivos direitos humanos.

“Além dos presos políticos, mais de 10.000 pessoas continuam sujeitas, arbitrariamente, a medidas restritivas da sua liberdade”, sublinha o FP.

Em 28 de maio de 2025, o Governo venezuelano acusou algumas das principais organizações não-governamentais do país de envolvimento numa “estrutura terrorista”, cujo suposto desmantelamento levou à detenção de dirigentes da oposição.

O ministro do Interior, Diosdado Cabello, acusou na altura as ONG Provea, Foro Penal, Médicos Unidos e Maracaibo Posible de fazerem parte de uma alegada estrutura que planeia “atacar” as residências e embaixadas da Colômbia, Espanha, França e escritórios da ONU, no âmbito de um plano de “boicote” às eleições regionais e legislativas de 25 de maio.

“Não nos importa que inventem que são defensores dos direitos humanos (…) é puro disparate, é mentira (…). Ninguém que se autointitula defensor dos direitos humanos pode fazer declarações que ameacem a tranquilidade de um país”, ameaçou.

Segundo a imprensa local, na semana que antecedeu as eleições regionais e legislativas venezuelanas de 25 de maio último foram detidas pelo menos 70 pessoas, por alegado vínculo a atividades “conspirativas” e “terrorismo”.

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