O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu na quinta-feira que haverá consequências violentas se a oposição tentar impor uma mudança de regime no país.
“Se algum dia a oligarquia fascista (…) tentar impor um regime de colonialismo económico ou político na Venezuela, com o apoio da violência imperialista, o que vimos há 36 anos seria multiplicado por mil”, prometeu.
Maduro falava durante o acto comemorativo do 36.º aniversário da explosão social de Fevereiro de 1989, conhecida como El Caracazo, que foi acompanhada por violentos protestos e pilhagens, durante os quais 276 pessoas morreram.
“Haveria mil 27 de Fevereiro contra a oligarquia, contra o imperialismo, e agora seria um povo organizado”, frisou Maduro, cujo regime chama ao incidente de 1989 Rebelião Popular de 27 de Fevereiro.
“Ninguém me consegue chantagear. Só tenho uma cara. E quem quiser fale comigo, cara a cara, com respeito, com igualdade. Porque sou filho de Bolívar, de Chávez e deste povo heróico. Não me rendo a ninguém e só obedeço ao povo soberano desta heróica Venezuela”, disse o chefe de Estado, referindo-se a Simón Bolívar (1783–1830), considerado o pai da Venezuela e ao antigo Presidente Hugo Chávez (1999–2013).
“Se não nos conhecem, que tentem conhecer-nos. De boa maneira, somos muito bons. De má maneira, somos guerreiros temíveis”, afiançou.
No entanto, o Presidente sublinhou que “a Venezuela conquistou e deve cuidar e preservar a paz, a harmonia e a estabilidade”. “Somos um povo de paz, paz, paz e defenderemos a paz”, disse Maduro.
Entre 27 de Fevereiro e 8 de marco de 1989, ocorreu, em várias cidades da Venezuela, o Caracazo, uma série de violentos protestos, acompanhados por pilhagens de supermercados (alguns deles de portugueses), talhos e lojas de electrodomésticos.
Os protestos surgiram em resposta a um pacote de medidas económicas anunciadas pelo então Presidente, Carlos Andrés Pérez, que incluíam um aumento nos preços da gasolina e do transporte urbano de passageiros.
As garantias constitucionais foram suspensas e dados oficiais dão conta de 276 mortos, um número que organizações não-governamentais dizem ficar aquém da realidade.
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