A região semiautónoma chinesa de Macau vai ajudar empresas da China continental a procurar oportunidades este ano na Guiné Equatorial, Cabo Verde, Portugal e Brasil, foi hoje anunciado.
O secretário para a Economia e Finanças prometeu na Assembleia Legislativa, o parlamento local, que o território vai reforçar o papel de “interlocutor com precisão” entre a China e os países de língua portuguesa.
Durante a apresentação das Linhas de Ação Governativa (LAG) para 2025 do novo Governo de Macau, Anton Tai Kin Ip apontou como prioridades “a cooperação nas áreas comercial, cultural, financeira, científica tecnológica e tributária”.
De acordo com o relatório das LAG, o território vai unir esforços com “as autoridades de coordenação económica e comercial e os setores empresariais do interior da China”.
O alvo prioritário será o Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que vai decorrer em julho na Guiné Equatorial.
Segundo as LAG, Macau irá, ainda em 2025, efetuar uma visita a Cabo Verde, “para intercâmbios comerciais”, e visitas a Portugal e ao Brasil para participar em “grandes feiras temáticas relacionadas com produtos alimentares”.
Uma delegação do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento da região esteve entre 14 e 18 de abril nas cidades brasileiras de São Paulo, Cuiabá e Manaus para promover a Feira Internacional de Macau, marcada para outubro.
Ainda hoje, Anton Tai prometeu “explorar mais espaços de cooperação com os países de língua portuguesa e os países de língua espanhola”.
Na quinta-feira, também durante as LAG, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong Weng Chon, anunciou a criação de um centro para os serviços económicos entre a China e os países de línguas portuguesa e espanhola na vizinha zona especial de Hengqin (ilha da Montanha).
A China estabeleceu Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países lusófonos em 2003.
Uma década depois, a instituição estatal Banco de Desenvolvimento da China e o Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Macau criaram o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa, no valor de quase mil milhões de euros.
Segundo a página do fundo, a instituição, com sede em Macau, apoiou com 470 milhões de dólares (413 milhões de euros) 10 projetos de empresas chinesas em Moçambique, Angola, Portugal e Brasil, num investimento total de mais de cinco mil milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros.
Anton Tai disse hoje que as autoridades já “baixaram alguns requerimentos” do fundo para promover o investimento chinês em países de língua portuguesa, mas sublinhou que o fundo “funciona segundo a situação do mercado”.
Ainda assim, o secretário prometeu promover a execução de projetos em áreas como as infraestruturas e a proteção ambiental.
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