Lula reúne PF e Abin para apurar caso de espionagem no Paraguai


 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu-se com os diretores-gerais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, e da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, no Palácio do Planalto, para tratar do episódio de espionagem contra o governo do Paraguai. A reunião também contou com a presença do ministro da Casa Civil, Rui Costa, a quem a Abin está subordinada. Corrêa e Rodrigues são vistos como adversários dentro do governo e mantêm relação tensa nos bastidores.

O encontro foi convocado por Lula após vir a público o conteúdo do depoimento de um agente da Abin à PF. No relato, o servidor admitiu ter utilizado um e-mail espião para acessar indevidamente computadores de autoridades paraguaias, incluindo membros da Presidência e do Congresso do país vizinho. A ação teria ocorrido como parte de uma tentativa de coletar informações sobre as negociações envolvendo a venda de energia da hidrelétrica binacional de Itaipu, compartilhada por Brasil e Paraguai.

O agente afirmou ainda que desenvolveu um aplicativo específico para invadir os sistemas utilizados pelo governo paraguaio. O caso está sendo investigado no âmbito de inquérito que apura o uso indevido do aparato de inteligência federal.

Luiz Fernando Corrêa prestou depoimento à Polícia Federal na tarde desta quinta-feira para explicar sua conduta no episódio e também responder a suspeitas de tentativa de obstrução das investigações. Um servidor da Abin relatou, em depoimento à PF, que Corrêa defendeu uma “intervenção” na corregedoria da agência durante uma busca e apreensão realizada em janeiro do ano passado.

Segundo o relato, Corrêa teria demonstrado irritação e falado em tom agressivo ao saber que membros da corregedoria estavam colaborando com os agentes da PF durante as diligências. “Luiz Fernando falou que deveria fazer uma intervenção na corregedoria; que naquele momento a corregedoria estava colaborando com a diligência de busca e apreensão”, disse o servidor.

A atual gestão da Abin teria dificultado o acesso da PF a dados considerados essenciais para o avanço das investigações. Durante as buscas realizadas em 25 de janeiro de 2023, agentes da Polícia Federal enfrentaram resistência para acessar o Centro de Inteligência Nacional, unidade central da agência.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil


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