Lula cobra cooperação internacional para o Haiti e anuncia recursos do BID ao país | Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou cooperação da comunidade internacional para um plano de desenvolvimento do Haiti. De acordo com o chefe do Executivo, o Brasil apoia que a Organização das Nações Unidas (ONU) assuma parte do financiamento da missão multinacional de segurança ou a converta em operação de paz. Lula afirmou que, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Brasil vai estruturar um programa de transferência de renda “que certamente vai melhorar a vida dos haitianos”.

“O Haiti não pode ser punido eternamente por ter sido o primeiro país das Américas a se tornar independente”, disse Lula em discurso durante participação da sessão plenária da Cúpula Brasil-Caribe nesta sexta-feira (13), em Brasília. “Se ontem a punição veio sob a forma de indenizações injustas e ingerência externa, hoje se reflete em postura de abandono e indiferença.”

Lula afirmou que a Polícia Federal (PF) brasileira vai iniciar, nos próximos meses, o treinamento que oferecerá a 400 membros da polícia nacional haitiana. “Estabilizar a situação de segurança é fundamental para que se possa dar o próximo passo do processo político e realizar eleições presidenciais”, comentou.

Na avaliação do petista, sem o Caribe, “nunca” haverá uma Celac “forte”. Dessa forma, ele disse ser necessário um “sentido de solidariedade”. Para isso, Lula voltou a condenar o embargo contra Cuba “e sua descabida inclusão em países que apoiam terrorismo”. “O mundo está carente de vozes que falem em nome do que é certo, justo e sensato”, afirmou. “Garantir que caminharemos lado a lado e com o olhar no futuro será a tarefa mais urgente do Fórum Ministerial Brasil-Caribe que criamos hoje.”

O Haiti foi uma das cinco áreas que Lula identificou em que a colaboração entre o Brasil e a região tem potencial de “render resultados concretos”. Em sua avaliação, fortalecer a conexão entre os países é “tarefa inadiável”. “Não podemos abrir mão das oportunidades que serão geradas pela integração”, disse.

De acordo com ele, ao longo de 15 anos, a relação entre Brasil e Caribe oscilou entre momentos de avanço, estagnação e retrocesso. O intercâmbio comercial, segundo ele, gravita agora em torno de US$ 4 bilhões. Como um dos pontos a serem trabalhados pelo Brasil está o de reabertura de embaixadas nos países da região.

Para além do Haiti, outra área citada por Lula foi sobre a conectividade aérea, viária e marítima. Ele anunciou o Brasil fará aporte US$ 5 milhões ao Fundo Especial de Desenvolvimento do Banco de Desenvolvimento do Caribe (CDB).

Outro ponto abordado foi a mudança do clima. Segundo ele, os países precisam chegar unidos à COP30, em Belém. “Avançar na adaptação da mudança do clima e compensação por perdas e danos é questão existencial para pequenos países insulares em desenvolvimento”, disse.

Outra área diz respeito à transição energética. Para Lula, transição justa significa não penalizar “mais uma vez” os países em desenvolvimento e dispor de diferentes fontes de energia faz parte dessa estratégia. Segundo ele, em breve, o Brasil vai organizar missão do Ministério de Minas e Energia e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para explorar oportunidades de cooperação.

Por fim, a quinta área elencada é a da segurança alimentar. Em sua visão, tal desafio só será superado conciliando políticas públicas com financiamento adequado.

— Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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