Liga diz que ativista detido está hospitalizado – DW – 26/05/2025

Foi mais uma tentativa fracassada de realizar uma manifestação na Guiné-Bissau. A Frente Popular (FP) e o Movimento Revolucionário (Pô di Terra), duas organizações da sociedade civil guineense, viram as forças de segurança frustrar o seu protesto de rua, em Bissau, contra o regime de Umaro Sissoco Embaló, disse à DW Vigário Luís Balanta, secretário-geral do Movimento Revolucionário. O protesto estava previsto para domingo.

“Antes das 7 horas da manhã, vimos a ocupação total das forças de segurança na Zona de QG e arredores da capital, em quase todas as artérias e cruzamentos. Quando os colegas chegaram, perceberam que não havia condições, porque o número de efetivos era superior ao dos manifestantes.”

Foi nesse momento que perceberam que não havia condições para realizar a manifestação que visava exigir o respeito pelos direitos humanos na Guiné-Bissau. Na tentativa de mudar a rota da manifestação, foi quando a polícia começou a deter os ativistas “que identificaram como dirigentes de diferentes movimentos”, explica Luís Balanta.

Quatro responsáveis das duas organizações estão detidos no Ministério do Interior: “Armando Costa, vulgarmente conhecido por “Etandro”, Suelina Pina, Dayama e Jonathan Nanque. Um desses quatro elementos, Armando Costa, que aparentemente tem um problema de saúde complexo, está neste momento hospitalizado devido às condições de detenção”, denuncia o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé.

Grupo de guineenses exige fim do mandato de Sissoco Embaló

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Ativistas estarão a ser torturados

A Liga exige a libertação imediata dos ativistas detidos e responsabiliza o Ministério do Interior pela deterioração do estado de saúde de Armando Costa.

“Tendo em consideração o histórico nefasto do Ministério do Interior em torturar ou espancar os detidos, responsabilizamos o Ministério do Interior pela vida e integridade física de todos os ativistas”, afirma o presidente da Liga.

Ainda assim, o próprio Bubacar Turé admite à DW que estes apelos e condenações não têm surtido qualquer efeito na Guiné-Bissau, alegando que o respeito pelos direitos humanos tem ficado para segundo plano desde a entrada em vigor do despacho de janeiro de 2024 que proíbe qualquer tipo de manifestações de rua no país.

Vigário Luís Balanta disse à DW que não sabe em que condições se encontram os colegas ativistas detidos.

“Continuam detidos e sem acesso a visitas. Os familiares até agora não têm acesso para saber como estão. Temos informação de que sofreram tortura e estamos preocupados. Já fizemos diligências junto da Liga para constituir advogado a fim de fazer a visita, porque não permitiram aos familiares visitar”, refere.

A DW tentou, sem sucesso, ouvir a polícia guineense sobre o que terá acontecido.

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