Líder da oposição venezuelana María Corina MachadoAFP
A líder opositora venezuelana María Corina Machado, que convocou um boicote às próximas eleições legislativas e regionais, promete “rechaço total” e “seções eleitorais vazias” no pleito que será realizado dez meses depois da reeleição do presidente Nicolás Maduro, tachada de fraude pela oposição.
As eleições de 25 de maio são “uma grande farsa que o regime quer montar para enterrar sua derrota de 28 de julho”, afirmou Corina Machado.
“Vamos […] ratificar esta derrota com total ausência, com total rechaço, deixando todos as seções eleitorais vazias”, disse Corina Machado em entrevista à AFP, enquanto a oposição segue proclamando a vitória de seu candidato, o exilado Edmundo González Urrutia.
Corina Machado afirmou que “o 25 de maio também será uma grande derrota para o regime, porque vai ficar absolutamente sozinho”.
“Não são eleições, são designações”, assegurou a opositora, que vive na clandestinidade desde agosto do ano passado.
“O que haverá e o que vai acontecer é um enorme repúdio da sociedade venezuelana e um ato de valentia e de coragem de cada pessoa que não aceita ser obrigada a exercer um dos mais sagrados direitos que temos na democracia: o direito de eleger, de escolher, e não de marcar um papel ou apertar um botão.”
Corina Machado está inelegível por decisão da Controladoria, que tem viés governista, mas foi a alma da campanha nas últimas eleições presidenciais, nas quais protagonizou comícios multitudinários por todo o país.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro, no poder desde 2013, vencedor das eleições presidenciais com 52% dos votos, mas sem publicar as atas de apuração das urnas, como estabelece a lei.
O órgão eleitoral argumentou que foi vítima de um ataque hacker, uma hipótese que muitos observadores consideram inverossímil. A oposição, por sua vez, publicou em um site atas fornecidas por seus escrutinadores que comprovariam a vitória de González Urrutia com 67% dos votos.
Os Estados Unidos, bem como vários países da América Latina e da União Europeia, não reconheceram a reeleição de Maduro, que costuma acusar Corina Machado de planos desestabilizadores.
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