Analistas políticos angolanos manifestam-se divididos em relação à avaliação do relatório “Liberdade no Mundo 2025”, da Freedom House, que inclui o país no grupo “não livres”.
Alguns questionam as fontes da organização e discordam da classificação.
A organização, com sede em Washington, atribui a Angola 28 pontos em 100, no grupo dos países não livres.
No documento lê-se que Angola tem sido governada “pelo mesmo partido desde a independência e as autoridades têm reprimido sistematicamente a dissidência política”.
No entanto, pontua que desde a eleição do Presidente João Lourenço, em 2017 “o Governo tomou medidas para reprimir a corrupção endémica e aliviou as restrições à imprensa e à sociedade civil, mas persistem graves desafios em matéria de governação e direitos humanos”.
O líder da Associação Justiça, Paz e Democracia Serra Bango não subscreve na totalidade as conclusões do relatório por entender que Angola.
“É uma falsa liberdade. O exemplo foram os deputados da UNITA que representam um órgão de soberania que foram levados para os calabouços ”, considera aquele responsável associativo que alega que as fontes de informação da Freedom House “ às vezes não são as mais credíveis”.
O jurista Manuel Canando alega, por sua vez, que as liberdades na era João Lourenço foram “sol de pouca dura” e sugere “mudança de partido e de regime” como solução para a alteração do actual paradigma.
“Hoje basta falar em manifestação para te irem buscar à casa para abortá-la, que o diga o Abel Chivukuvuku”, lembra aquele analista político.
O jornalista Ilídio Manuel aponta a vontade política e a mudança das atuais leis como garantia das liberdades em Angola, mas considera que “João Lourenço apenas precisou da comunicação social para combater o anterior Presidente José Eduardo dos Santos”.
A Voz da América tentou sem sucesso ouvir a versão de Estevas Hilário, porta-voz do MPLA.
Entre os países africanos de língua portuguesa, Cabo Verde é o melhor colocado, no grupo de países livres, juntamente com São Tomé e Príncipe, en quanto Guiné-Bissau e Moçambique, que perderam pontos neste ano, estão no grupo dos “parcialmente livres”.
O relatório realça que “em todas as regiões do mundo foram observados declínios dramáticos na liberdade”.
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