Karine Gouveia teria comprado produtos no Paraguai e falsificado selo da Anvisa; defesa nega

Indiciados por nove crimes Karine Gouveia, 33 anos, e o marido dela, Paulo Cesar Dias, 44, acusados de deformar pacientes em uma clínica de alto luxo em Goiânia, também teriam comprado produtos do Paraguai e alterado a embalagem para colocar o selo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A informação da Polícia Civil, por meio do depoimento de um ex-funcionário, e foi divulgada nesta quarta-feira (26) pela TV Anhanguera.

A fonte disse que acompanhou Karine até um consultório médico na capital para comprar medicamentos que originalmente foram adquiridos no Paraguai. Além disso, a testemunha afirmou que ouviu Paulo organizar uma viagem ao país vizinho para adquirir produtos estéticos que não têm autorização da agência. Ele ainda teria testemunhado o acusado relatar que, assim que os itens chegassem ao Brasil, receberiam selo da Anvisa de forma fraudulenta.

Ao Mais Goiás, ambas as defesas disseram que desconhecem a situação. Tito Amaral, defensor de Paulo Cesar, afirma ser fantasioso e infundado o depoimento. “Jamais compraram qualquer produto no Paraguai. Sobre falsificar selo da Anvisa, não existe indício. É uma falácia, mentira deslavada da polícia.”

Este crime tem pena de 10 a 15 anos de prisão.

Conclusão do inquérito

Na terça-feira (25), a Polícia Civil concluiu o inquérito que apura denúncias contra o casal que mantinha uma clínica de alto luxo em Goiânia e que teria provocado sequelas em mais de 70 pacientes por meio de procedimentos estéticos. Presos preventivamente desde o início deste mês, Karine Gouveia, 33 anos, e o marido dela, Paulo Cesar Dias, 44, foram indiciados em nove crimes.

Para o delegado Daniel José de Oliveira, da 4ª Delegacia Distrital de Goiânia, as provas obtidas durante os quase seis meses de investigações contra o casal são robustas. Além deles, dez pessoas que trabalhavam na clínica de estética de Karine Gouveia, ou prestaram algum tipo de serviço a eles, também foram indiciadas, mas responderão em liberdade.

Segundo o advogado Tito Amaral, “infelizmente, a Polícia Civil produziu uma peça jurídica insustentável, cujo único objetivo, em mais de um ano de investigação, foi o de manchar reputações e criar factoides”. Caberá ao MP remeter ou não denúncia à Justiça.

Nota do advogado de Paulo Cesar

“A defesa de Paulo César aguardava ansiosa a remessa do inquérito policial ao Poder Judiciário para que fosse possível passar a valer o devido processo legal.

Infelizmente a Polícia Civil produziu uma peça jurídica insustentável, cujo único objetivo, em mais de um ano de investigação, foi o de manchar reputações e criar factoides.

O inquérito imprestável, certamente, será devolvido pelo Ministério Público ao delegado para que diligências sejam refeitas.

Nota do advogado de Karine Gouveia

“Na condição de advogado da empresária Karine Gouveia, venho a público esclarecer que o encaminhamento da investigação ao Poder Judiciário é medida que sempre foi pleiteada por esta defesa, justamente para que se promova o necessário controle de legalidade – até então inexistente.

O relatório final apresentado é consequência natural do inquérito em curso. A defesa não se surpreende com o indiciamento, considerando que a investigação foi conduzida por autoridade policial manifestamente sem atribuição legal e cuja atuação revela clara suspeição, já devidamente questionada perante o Judiciário. Ressalte-se que aquela autoridade, usurpou a atribuição da Delegacia Estadual do Consumidor, que possui atribuição legal para apurar os fatos imputados.

A investigação, marcada por vícios, narrativas distorcidas e motivação persecutória, afronta direitos e garantias fundamentais assegurados pela Constituição. Trata-se de procedimento flagrantemente injusto, cujo conteúdo ignora a ausência de qualquer resultado de morte decorrente dos fatos em apuração.

A defesa técnica de Karine Gouveia seguirá atuando com firmeza na busca por um processo justo, em que cada acusação seja devidamente individualizada, respeitando o contraditório e a ampla defesa. Karine, desde o início, jamais se furtou ao cumprimento da lei e sempre esteve à disposição para esclarecer todos os pontos questionados.

Inclusive, é bom que se diga que Karine, apesar de manifestar interesse em esclarecer os fatos, nunca foi ouvida nessa investigação cujo relatório foi apresentado.”

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