A falta de espaços para exposição e a escassez de apoios institucionais continuam a ser um entrave para o desenvolvimento das artes plásticas no país. Segundo um estudo da ADPP Guiné-Bissau, apenas três mulheres foram identificadas no setor da pintura, evidenciando também a desigualdade de género na cena artística local.
A realidade da Guiné-Bissau não é única. A nível global, as artes plásticas enfrentam desafios semelhantes em termos de representatividade e apoio institucional. Dados indicam que as mulheres são maioria nos cursos de artes visuais, mas representam menos de 30% dos artistas em acervos de museus. Além disso, artistas de origem africana ainda lutam por maior reconhecimento e espaço no mercado internacional.
Iniciativas como a Afrikanizm Art têm desempenhado um papel crucial na promoção da arte africana contemporânea, oferecendo plataformas para artistas exporem e venderem as suas obras. A Bienal de Arte e Cultura da Guiné-Bissau (MoAC Biss) é outro exemplo de um esforço para valorizar a arte nacional e conectá-la com o mundo.
No entanto, para que a arte na Guiné-Bissau alcance um patamar mais sólido e sustentável, o artista acredita que são necessárias políticas públicas que incentivem a produção artística, criem espaços de exposição e garantam formação contínua para os novos talentos. Sem um compromisso real com o setor, o risco de a arte continuar à margem da sociedade e do desenvolvimento económico do país será inevitável.
Ismael mostra que é possível construir pontes entre a tradição e a modernidade, entre a expressão individual e a representação coletiva. O seu trabalho vai além das obras que produz, servindo de inspiração a uma nova geração de artistas que veem o seu oficio como um pilar essencial da identidade nacional.
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