Integração sul-americana é prioridade no governo Lula, afirma Simone Tebet em encontro com a Cepal

247 – Durante reunião com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), realizada nesta sexta-feira (28/3), em Santiago, no Chile, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, reafirmou o compromisso do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com a integração sul-americana. Segundo ela, essa agenda está “no DNA” da atual gestão. A informação é da Agência Gov, que acompanhou o encontro e detalhou os principais desdobramentos da visita oficial.

O foco do encontro foi o projeto das Rotas de Integração Sul-Americana, desenvolvido pelo Ministério do Planejamento em parceria com outras pastas e com apoio da Cepal. “Não é mais um sonho, é uma realidade que está muito próxima de acontecer”, declarou Tebet, referindo-se à estruturação de eixos logísticos que conectem os países do continente por rodovias e hidrovias.

Apoio técnico da Cepal e entusiasmo com o projeto

O secretário executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs, expressou entusiasmo com o plano brasileiro e elogiou seu nível de amadurecimento. “Fantástico. Não estava tão claro para mim que este plano já estivesse tão integrado, tão avançado e tão completo. A Cepal é a casa da integração, do sonho da integração econômica”, disse. A comissão regional da ONU tem apoiado, desde 2023, a Secretaria de Articulação Institucional do MPO na formulação técnica do projeto.

Além de endossar o plano, a Cepal se comprometeu a realizar um estudo específico para estimar os efeitos do projeto sobre o comércio intrarregional na América do Sul. A expectativa é que o intercâmbio comercial entre os países do continente ganhe impulso com a melhoria da infraestrutura de transporte e com o destravamento de gargalos alfandegários e logísticos.

Uma meta ambiciosa: elevar o comércio regional

O secretário de Articulação Institucional do MPO, João Villaverde, também presente na comitiva, foi enfático ao classificar as rotas como “a maior entrega” do governo federal em matéria de planejamento estratégico. Para ele, o projeto tem potencial de mudar significativamente o perfil comercial da América do Sul. “Na Europa, 62% do comércio é intrarregional. Na Ásia, 58%. Na América do Norte, 40%. Já na América do Sul, esse número é apenas 15%”, destacou.

A meta, segundo Villaverde, é transformar esse cenário por meio das rotas sul-americanas. “A Cepal se comprometeu não só a apoiar essa política fundamental, como também a fazer um trabalho ativo de estimar o comércio intrarregional a partir desse sucesso”, afirmou.

Cinco grandes eixos logísticos e US$ 10 bilhões em financiamento

Simone Tebet destacou ainda o robusto financiamento já articulado com instituições multilaterais para viabilizar as rotas. “Firmamos, em dezembro de 2023, uma carteira com os bancos de fomento — CAF, BID, Fonplata e BNDES — no valor de US$ 10 bilhões”, afirmou. O plano contempla cinco grandes eixos logísticos que deverão facilitar a circulação de mercadorias como grãos, minérios, produtos industriais e tecnologias de ponta, além de estimular o desenvolvimento de fontes limpas de energia.

Entre os projetos prioritários está a chamada Rota Amazônica, batizada por Tebet de “Rota COP-30” por coincidir com a realização da Conferência do Clima da ONU em Belém, em novembro deste ano. “Ela é toda fluvial, pelo Rio Solimões, com impacto ambiental zero. Faltava a dragagem, que está terminando, e estamos instalando a alfândega na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru”, explicou.

Mercado ampliado e cooperação institucional

A ministra sublinhou também o valor estratégico do mercado regional. “São 200 milhões de consumidores sul-americanos para produtos brasileiros e outros tantos consumidores brasileiros à disposição da região”, disse. Segundo ela, a integração logística trará ganhos sociais, além dos econômicos.

Além de Tebet e Villaverde, participaram da reunião o embaixador do Brasil no Chile, Paulo Pacheco; Daniela Benjamin, diretora do Departamento de Integração Regional do Itamaraty; Javier Medina Vásquez, secretário executivo adjunto da Cepal; e Camila Gramkow, diretora interina do Escritório da Cepal em Brasília.

Com essa articulação regional e o envolvimento ativo de organismos internacionais, o governo Lula dá mais um passo concreto na direção de uma América do Sul mais integrada, autônoma e competitiva.

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