Hora de conhecer os novos destaques da América do Sul

Passada a folia de Carnaval e a chegada do Outuno, a indústria volta a colocar o bloco na rua

Já é costume dizer que, no Brasil, o ano só começa depois do Carnaval. Em se tratando de vinho, essa é a mais pura realidade. Parece que o fim do verão é o “gatilho” para a indústria voltar a colocar o bloco na rua.

Ponto alto do calendário é o lançamento do Guia Descorchados, o mais importante sobre vinhos sul-americanos. Criada pelo jornalista chileno Patricio Tapia, a publicação avalia e pontua vinhos de seis países. Os eventos acontecem no eixo Rio-São Paulo, mas a repercussão extrapola essas fronteiras e as avaliações servem de referência para produtores, importadores e consumidores.

A edição de 2025 avaliou mais de 4 mil rótulos de 210 vinícolas argentinas, 186 chilenas, 44 uruguaias, 47 brasileiras, 20 peruanas e cinco bolivianas. Pela segunda vez na história da publicação, dois vinhos receberam a pontuação máxima de 100 pontos, um da Argentina e outro do Chile.

Entre os nacionais, a mineira Artesã, localizada na Serra da Mantiqueira, tem grandes chances de figurar entre os destaques, com rótulos muito bem qualificados. O tinto Íngreme recebeu 92 de pontuação, o Mar de Morros Blend 2023 ficou com 91, assim como o Mar de Morros Sauvignon Blanc e o Rosé (safra 2023), 90. O Íngreme é um vinho elaborado exclusivamente com uvas Syrah, produzido apenas em anos especiais, quando há condições ideais para alcançar níveis superiores de qualidade.

O Grupo Famiglia Valduga também divulgou a pontuação dos seus espumantes Ponto Nero. O Cult Brut Rosé e Cult Brut receberam 90 pontos.

Além de apontar os destaques entre os rótulos, o Descorchados é também uma ajuda e tanto para quem planeja conhecer novos terroirs nos países da América do Sul. Da Argentina, por exemplo, a vinícola do ano é a Alta Yari, de Mendoza. Localizada aos pés da Cordilheira dos Andes, num lugar denominado Lomas de Jaboncillo, norte do Valle do Uco, tem uma paisagem impressionante em colinas a mais de 1.300 metros de altitude em meio ao deserto de Gualtallary. O terreno forte em calcário gera vinhos maravilhosos muito bem pontuados na publicação.

O Guia traz também uma entrevista com o sommelier Oscar García, diretor e comprador de vinhos sulamericanos para a 67Wine, uma das lojas de vinhos mais importantes de Nova York. E sabe o que ele conta? A era da Malbec nos Estados Unidos chegou ao fim. Assim como a onda do Shiraz australiano passou há uns anos.

Para o sommelier, o mercado foi inundado por muitos rótulos desta casta e o consumidor cansou do paladar. A tendência dos vinhos com alto teor alcoólico, paladar de frutas maduras e muita madeira já não encantam mais os wine lovers, que vêm buscando os novos vinhos naturais e os laranja, além de compreender melhor o conceito de terroir e a qualidade da uva.

Se o Malbec passa por momentos complicados em mercados do norte, continua sendo uma casta encantadora e queridinha na América do Sul. Prova disso é que o rótulo argentino mais bem pontuado no Guia é justamente o Catena Zapata Adrianna Vineyard Mundus Bacillus Terrae 2022: um varietal de Malbec!

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