Helena Semedo falava em exclusivo à Inforpress a propósito do fim da sua trajectória na FAO, que termina no dia 31 de julho, altura em que chegará à idade de aposentação.
“Acho que foram anos de grande desafio, de grande complexidade, porque a realidade que era o mundo há 21 anos não é a mesma que temos agora. Falo de todos os efeitos das alterações climáticas, da perda de biodiversidade, dos desafios que temos em termos de sustentabilidade, mas também de uma visão de desenvolvimento muito mais integrada”, afirmou a economista.
Segundo Helena Semedo, actualmente o desenvolvimento não implica apenas o desenvolvimento de um sector, mas a correlação ou integração dos diferentes sectores.
Pelo que, acredita, durante a sua missão na FAO trouxe, naquilo que foi possível, novos projectos da organização para Cabo Verde, para facilitar a visão de desenvolvimento que se tem globalmente para o país e também para fazer com que Cabo Verde aprendesse muito com experiências de outros países.
“Penso que essa também é uma das missões da FAO, trazer boas práticas de outras latitudes, para que os países possam aprender, não só boas práticas, mas também o que deve ser evitado”, explicou.
Helena Semedo regozija-se por ter trazido novos financiamentos para Cabo Verde na área do Fundo Verde para o Ambiente, na área do Fundo do Ambiente e noutras áreas.
“Penso que agora é o momento de voltar à terra, de pôr tudo o que aprendi, tudo o que foi a minha experiência nestes anos, ao serviço de Cabo Verde, ao serviço da sua população e também de ter alguma hora de descansar”, adiantou ainda a mesma fonte.
Semedo considerou que a missão nesses anos na FAO não foi fácil porque teve de empreender “muita luta por ser cabo-verdiana, africana”, a nível das organizações internacionais, e por ser mulher.
“Saio com orgulho daquilo que pude desenvolver. Penso que consegui criar respeito pela seriedade com que fiz o meu trabalho, pela competência com que o desenvolvi, mas também com o espírito de servir aos outros, de partilhar aquilo que eu tenho e sobretudo de contribuir para um mundo sem fome, sem pobreza, com mais equidade e para um desenvolvimento mais equilibrado e sustentável”, finalizou, manifestando o “orgulho e prazer” por retornar nos próximos meses a Cabo Verde.
Desde que entrou na FAO, em 2003, Helena Semedo desempenhou vários cargos na instituição, dos quais representante da instituição no Níger, como directora regional para África, e actulamente como directora-adjunta, ocupando diversas áreas como Clima, Ambiente, Agricultura, Pescas, Água e Solo e Aquicultura.
Inforpress
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