As coligações políticas PAI – Terra Ranka e API – Cabas Garandi reiteram que não estabelecem qualquer processo de diálogo promovido por Sissoco Embaló que “não seja no quadro da mediação da CEDEAO”.
A posição das duas coligações políticas da oposição consta numa missiva enviada ao Presidente da Comissão da CEDEAO, datada a 3 de Março, que a e-Global teve acesso esta quarta-feira.
No documento, as forças políticas nacionais que se opõem a Umaro Sissoco Embaló, expressam reconhecimento pelo “papel desempenhado pela CEDEAO” na busca de soluções para a crise política na Guiné-Bissau.
“Ao longo dos anos, a instabilidade política recorrente tem sido um obstáculo ao desenvolvimento e à consolidação da democracia. Contudo, nos momentos mais críticos, a CEDEAO tem-se afirmado como um mediador importante, promovendo o diálogo e o entendimento entre os atores políticos”, lê-se no documento, em que as Coligações políticas destacam ainda recente missão de Alto Nível enviada à Guiné-Bissau reafirma esse compromisso, demonstrando que “organização continua a ser uma referência”.
De acordo com as formações políticas da oposição “apesar das dúvidas iniciais suscitadas pelo encontro com a Segunda Vice-Presidente da Assembleia Nacional Popular, a Missão demonstrou total isenção, comprometendo-se com a legalidade e a estabilidade do País”.
As duas coligações políticas alertam que “prolongamento inconstitucional do mandato presidencial e a dissolução do Parlamento agravaram significativamente a crise política e institucional”.
“A iniciativa da CEDEAO em promover um roteiro consensual para a realização de eleições inclusivas e pacíficas em 2025, num prazo de 90 dias, nos termos da lei, é um passo fundamental para restaurar a ordem democrática. No entanto, a resistência do regime a este processo evidencia a sua intenção de se perpetuar no poder a qualquer custo, em clara violação dos princípios democráticos e dos direitos fundamentais dos cidadãos”, anotaram.
Para a oposição “a Missão de Alto Nível da CEDEAO demonstrou grande dedicação ao ouvir todas as partes interessadas e elaborou um projeto de acordo para a condução do próximo ciclo eleitoral. Este esforço deve ser reconhecido como um avanço essencial para garantir que o povo guineense possa exercer livremente o seu direito de escolha”.
“A tentativa do regime de descredibilizar o processo de mediação, bem como as ameaças de expulsão da Missão, reforça o carácter autocrático e autoritário de Umaro Sissoco Embalo diante da crescente pressão nacional e internacional”, referem as coligações PAI-Terra Ranka e API -Cabas Garandi.
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