Guiné-Bissau obteve cerca de 3,48 ME com venda de créditos de carbono 

Viriato Cassamá, ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática, e Alessandra Cassazza, representante residente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), revelaram esses números num documento intitulado: “Mobilização de Financiamento para a Ação Climática na Guiné-Bissau”, hoje enviado à Lusa.

O documento foi publicado pelos dois responsáveis no âmbito da terceira Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC-3), que terá lugar na cidade francesa de Nice, entre 09 e 13 deste mês e na qual o país africano será representado por Viriato Cassamá.

O governante guineense e a representante do PNUD entendem que a ocasião constitui momento para que o “potencial de carbono azul da Guiné-Bissau seja revisto”.

A mensagem de Cassamá e Cassazza nota que os cerca de quatro milhões de dólares gerados com a venda de emissões de crédito de carbono estão a ajudar às atividades de conservação ambiental no país, nomeadamente a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

Os dois responsáveis frisam ser possível que a Guiné-Bissau gere mais receitas com a venda de emissões de créditos de carbono que poderiam ser utilizadas na conservação marinha e no desenvolvimento comunitário.

Cassamá e Cassazza defendem que será preciso investir no reforço do quadro político, na regulamentação, nas medidas de salvaguarda ambiental, na criação de capacidade institucional e no apoio à investigação científica sobre o sequestro de carbono, incluindo a utilização de tecnologias de ponta como os drones. 

O ministro guineense e a representante do PNUD notam ainda ser importante o reforço da cooperação internacional através da assistência técnica e apoio financeiro no quadro dos chamados “fundos verticais” que possam ajudar a Guiné-Bissau a lançar iniciativas de carbono azul e integrá-las nas estratégias mais amplas de clima e desenvolvimento. 

“A experiência da Guiné-Bissau demonstra como este modelo de financiamento inovador – o mercado azul de carbono – pode beneficiar tanto a natureza como as pessoas”, defendem Viriato Cassama e Alessandra Cassazza.

Apesar de todo o potencial, os dois responsáveis lamentam que o país não esteja a investir no mercado de carbono azul. 

O carbono azul é um termo que se refere ao carbono capturado e armazenado em ecossistemas costeiros e marinhos, como mangais, pradarias de ervas marinhas e pântanos salgados fundamentais para a atenuação das alterações climáticas, uma vez que absorvem quantidades significativas de dióxido de carbono da atmosfera.

A Guiné-Bissau é rica nestes ecossistemas marinhos, albergando algumas das mais extensas florestas de mangais da África Ocidental, cobrindo aproximadamente 10% do seu território.

 

MB // ANP

Lusa/Fim

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