A cidade de Bissau prepara-se para receber, de 1 a 31 de maio de 2025, a primeira Bienal de Arte e Cultura da Guiné-Bissau, organizada pela Fundação Bienal MoAC Biss. Sob o lema “Mandjuandadi: Identidades em Liberdade”, o evento celebra a diversidade cultural guineense e propõe um diálogo entre práticas tradicionais e expressões artísticas contemporâneas.
A apresentação oficial da bienal acontece esta terça-feira, 29 de abril, às 17h00, na sede da Bienal, na Tchada. A sessão inaugural está marcada para o dia 1 de maio, também às 17h00, no mesmo local, com intervenções do sociólogo Miguel de Barros e do gestor cultural senegalês Ousseynou Wade. A cerimónia de abertura inclui ainda a inauguração da exposição coletiva Mandjuandadi: Identidades em Liberdade, seguida de um concerto do grupo guineense Furkuntunda, a partir das 20h00.
Inspirada nas Mandjuandadis (espaços tradicionais de criação coletiva, partilha de saberes e resistência sociocultural), a bienal propõe-se como um espaço de afirmação artística e identitária da Guiné-Bissau a nível internacional.
O programa integra mais de 50 atividades, que abrangem diversas áreas culturais, desde a música, literatura, cinema, artes plásticas e visuais, teatro e artes performativas. Estão também previstas conferências e debates sobre políticas públicas para a cultura, língua crioula, mobilidade artística, patrimónios culturais e economia criativa.
Entre os nomes confirmados estão artistas plásticos como Sonia Gomes (Brasil), Abdoulaye Konaté (Mali), Mónica de Miranda (Angola/Portugal) e Vhils (Portugal). No universo literário, destacam-se os escritores Abdulai Sila (Guiné-Bissau), Ondjaki (Angola) e Tom Nascimento (Brasil). Na música, participam Alana Sinkey (Guiné-Bissau), Bia Ferreira (Brasil) e Selma Uamusse (Moçambique). O cinema será representado por cineastas como Flora Gomes, Sana Na N’Hada (ambos da Guiné-Bissau) e Moussa Sene Absa (Senegal). O teatro estará presente com peças como Arus Femia, da encenadora Zia Soares (Angola/Timor/Portugal).
Encarada como um marco importante na valorização e internacionalização da cultura guineense, a Bienal tem como objetivo afirmar a Guiné-Bissau no circuito dos grandes eventos de arte contemporânea da África Ocidental e do continente africano. Parte desta missão passa por fomentar o diálogo entre criadores e gestores culturais, bem como incentivar o desenvolvimento de políticas públicas que beneficiem tanto a classe artística como o público guineense.
Com a realização da Bienal MoAC Biss, a Guiné-Bissau inscreve-se no calendário dos principais eventos culturais africanos. Esta iniciativa representa uma oportunidade para os artistas locais darem visibilidade ao seu trabalho. Com acesso gratuito a todas as actividades, a Bienal de Bissau assume-se, assim, como um espaço de democratização da cultura e de envolvimento activo do público e das comunidades locais.
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