O governo da Guiana lembrou à China na quinta-feira que sua disputa territorial com a Venezuela está “pendente” na Corte Internacional de Justiça (CIJ), depois que o encarregado de negócios chinês naquele país apelou às negociações como solução para a disputa.
O representante diplomático Huang Rui disse esta semana que seu país espera que a Guiana e a Venezuela possam resolver a disputa sobre a região de Essequibo por meio de negociações, embora tenha enfatizado que Pequim “nunca interfere nos assuntos internos de outros países”.
A controvérsia secular sobre o território de 160 mil quilômetros quadrados, rico em petróleo e recursos naturais, foi reacendida quando a ExxonMobil descobriu vastos depósitos de petróleo em suas águas, há uma década.
A Guiana “deixou sua posição clara” em “diversas ocasiões (…): o assunto está pendente no Tribunal Internacional de Justiça”, disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado dirigido ao governo chinês.
“A China precisa ter princípios em sua posição de respeitar a integridade territorial da Guiana e não apaziguar a violação em série do direito internacional pelo (presidente venezuelano Nicolás) Maduro”, disse o secretário de Relações Exteriores da Guiana, Robert Persaud.
Georgetown, que atualmente controla o território, sustenta que possui a área com base em uma decisão de 1899; já a Venezuela rejeita essa jurisdição e apela a um acordo assinado em 1966 com o Reino Unido antes da independência da Guiana, que lançou as bases para uma solução negociada.
Em 25 de maio, a Venezuela realizará eleições regionais e parlamentares e planeja eleger autoridades venezuelanas para a região de Essequibo pela primeira vez. O partido no poder nomeou o almirante Neil Villamizar, que era comandante da Marinha.
O Ministério das Relações Exteriores da Guiana criticou a China por não comentar o assunto. “A Guiana observou que não houve nenhum comentário do Governo da República Popular da China sobre o anúncio flagrante de Caracas sobre essas eleições”, declarou.
Crédito: Link de origem