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“O Presidente deixou claro que está focado na paz. Precisamos que nossos parceiros também estejam comprometidos com esse objetivo. Estamos pausando e revisando nossa ajuda para garantir que ela esteja contribuindo para uma solução”, afirmou uma fonte da Casa Branca à CBS, parceira da BBC nos EUA.
Segundo o portal Bloomberg, o primeiro a noticiar a suspensão, todo equipamento militar dos EUA que não esteja na Ucrânia ficaria inacessível, como armas em trânsito e armazenadas em depósitos na Polônia.
No primeiro comentário público de um membro do governo sobre a suspensão, o secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que Trump é “o único líder no mundo hoje que tem uma chance de trazer um fim duradouro para a guerra na Ucrânia”, disse Rubio em nota.
“Queremos levar os russos para a mesa de negociação. Queremos sondar se a paz é possível.”
Mais cedo, Trump criticou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky por dizer que o fim da guerra com a Rússia está “muito, muito distante”.
“O que eles estão pensando?”, indagou Trump na rede Truth Social.
Na ocasião, Zelensky rebateu o vice-presidente dos EUA, JD Vance, em sua afirmação de que o “caminho para a paz” passava pela diplomacia.

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O ucraniano apontou que o líder russo Vladimir Putin já havia quebrado acordos antes — ao que JD Vance respondeu que Zelensky estava sendo “desrespeitoso”.
Zelensky disse que, embora os EUA estivessem protegidos da Rússia por um oceano, eles sentiriam os impactos da guerra “no futuro”.
O presidente dos EUA rebateu dizendo a Zelensky que não deveria dizer aos americanos como se sentir, pois ele “não estava em posição de apontar isso”
Trump então ameaçou: “Ou vocês fazem um acordo, ou estamos fora”
Zelensky foi depois orientado a deixar a Casa Branca, e uma entrevista coletiva que havia sido planejada foi cancelada — assim como o acordo dos minerais.
Em entrevista à emissora Fox na noite desta segunda-feira, o vice JD Vance afirmou que as portas estão “abertas” para Putin e Zelensky negociarem, mas criticou a postura do presidente ucraniano na Casa Branca na semana passada.
“Contanto que Zelensky esteja disposto a falar seriamente sobre paz… Você não pode entrar no Salão Oval [na Casa Branca] ou em qualquer outro lugar e se recusar a discutir os detalhes de um acordo de paz”, disse Vance.
O ex-diretor do Conselho de Segurança Nacional dos EUA Michael Carpenter, que ocupou o cargo durante o governo de Joe Biden, classificou a suspensão da ajuda militar como “espantoso”.
“Nesta guerra, há um agressor e uma vítima muito claros. A Rússia é o agressor e a Ucrânia é a vítima, e estamos agindo como se fosse o inverso”, disse Carpenter à BBC.
“Então, é pausar uma assistência que é essencialmente assistência defensiva, para permitir que os ucranianos defendam sua pátria de um ataque brutal, descarado e feio da Rússia. É espantoso que os Estados Unidos estejam fazendo isso.”
Para Nomia Iqbal, jornalista da BBC para a América do Norte, a suspensão é “claramente pensada” para pressionar Zelensky e forçá-lo a fazer concessões.
Iqbal aponta que, na verdade, o presidente ucraniano já sinalizou concessões — ele sugeriu aceitar que territórios ucranianos conquistados pela Rússia permanecessem assim, enquanto partes ocupadas do país poderiam ser filiadas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“No entanto, o presidente Trump descartou a adesão de Kiev à aliança [Otan], alinhando-se com a visão de Moscou. Trump nunca disse quais concessões ele quer que a Rússia — que invadiu a Ucrânia — faça”, aponta Nomia Iqbal.
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