Governo patina ao apostar em medidas populares para reverter rejeição

Com a popularidade em baixa, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalou que deve lançar no segundo semestre um pacote com medidas no campo social, voltadas sobretudo para o eleitorado de baixa renda.

A edição da pesquisa Genial-Quaest, divulgada na quarta-feira (4), mostrou que a impopularidade do presidente cresceu sobre uma das faixas de público mais fiéis ao petista: aqueles que ganham até dois salários-mínimos.

Por isso, o presidente solicitou à Casa Civil medidas de impacto rápido e direto, sobretudo envolvendo oferta de crédito a baixo custo, e pretende anunciá-las ao longo dos próximos meses.

Na lista, figuram o financiamento de motocicletas a entregadores de comida, um programa de crédito para jovens abrirem seu primeiro negócio e para donas de casa reformarem seus imóveis e o acesso à cesta básica a idosos de baixa renda.

Fora isso, há medidas já anunciadas como a tarifa social de energia elétrica, o vale gás e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

O petista também pretende participar de caravanas temáticas promovidas pelas pastas ministeriais. Uma delas é o programa de consultas com especialistas promovido pelo Ministério da Saúde.

O presidente manifestou ainda a intenção de acompanhar vistorias de obras públicas e marcar presença em eventos culturais financiados pelo governo federal.

Segundo relatos à CNN, a avaliação é de que, até agora, o governo Lula 3 não conseguiu pautar o debate público. E tem ficado refém de crises políticas ou de críticas da oposição. Nas palavras de um auxiliar, a gestão não pode “continuar a reboque”.

Nos bastidores, assessores palacianos reconhecem que o episódio do IOF ajudou a manter a popularidade do presidente em baixa, um exemplo do que o governo petista não deve fazer: anunciar medidas sem antes discutir com a cúpula do Congresso Nacional.

Para Eduardo Grin, doutor em Administração Pública e Governo e pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), não há segurança de que medidas populares revertam rapidamente a desaprovação do presidente e do governo. No entanto, segundo ele, é a opção possível. “Não tem alternativa”, disse.

“Há um ambiente na sociedade brasileira que os sinais estão trocados. A taxa de desemprego está baixa, o salário real aumentando, mas a leitura é de que a economia vai mal; que o governo está no caminho errado”, acrescentou.

O pesquisador aponta que é necessária uma reação rápida para reconquistar eleitores.

“E não vai ser algo linear. Porque há fatores como a inflação e uma oposição extremamente eficaz na comunicação digital, por exemplo. O mundo não vai parar para o governo”, alertou.

Ainda de acordo com Grin, tudo vai depender também de como esses “produtos” serão “embalados”. “É fundamental que a comunicação do governo seja eficaz; certeira na forma de falar com os eleitores, principalmente para compensar um dos principais problemas que o custo dos alimentos”.

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