A COP 28, reunindo 197 países, é uma conferência internacional onde se discute centralmente a questão ambiental e as agendas climáticas que os governos têm intenção de levar à frente, e são fechados acordos e compromissos. Como de costume, é um momento recheado de demagogias e promessas vazias, porém, deixa explícito algumas intenções dos estados nacionais para os próximos períodos.
Países imperialistas, como por exemplo, os EUA e países da União Europeia reconheceram não ter atingido as metas estabelecidas em acordos anteriores, e apresentaram novas propostas, como por exemplo, a declaração demagógica de John Kerry, assessor de assuntos climáticos dos EUA, de que seu país irá parar de utilizar usinas movidas a carvão. Os EUA, em conjunto com a China, são responsáveis por quase 60% do total de emissão de gás carbônico na atmosfera a partir da queima de carvão mineral, segundo o Center for Climate and Energy Solutions.
O Brasil tem se apresentado de forma bastante contraditória durante a conferência, que vai até o dia 12 de dezembro. Em primeiro lugar, o Pavilhão Brasil, espaço onde o país apresenta sua agenda climática, conta com a presença de empresas como a Vale, a Braskem, Syngenta e Petrobrás. A Vale foi a empresa responsável pelas tragédias ambientais e sociais em Mariana e Brumadinho, fruto da ganância capitalista. Similarmente, a Braskem hoje protagoniza uma tragédia parecida, motorizada por um método de mineração predatória, desabrigando já mais de 14 mil imóveis na capital do estado de Alagoas, Maceió. A Syngenta é uma das empresas que mais produz agrotóxicos poluentes ao meio ambiente, e a Petrobrás recentemente se encontra envolvida em uma polêmica por estar buscando explorar petróleo na foz do rio Amazonas, no Amapá.
A proposta de exploração de petróleo vai na contramão das declarações do governo sobre a redução do desmatamento da Amazônia, e estudos comprovam que uma coisa pode anular a outra, ou seja, a quantidade de gases emitidos pela nova extração pode cobrir a “economia” de emissões que o desmatamento zero pode cumprir.
Além disso, Lula anunciou que o Brasil irá entrar para a Opep+, grupo de países produtores de petróleo, composto por Arábia Saudita, Venezuela, Emirados Árabes Unidos, Nigéria, Líbia, Kuwait, Iraque, Irã, Gabão, Guiné Equatorial, República do Congo, Angola e Argélia. A Opep define políticas para a produção e circulação de petróleo pelo mundo. Porém, contraditoriamente, Lula declarou que o Brasil nunca será membro da Opep, e que seu objetivo aceitando o convite é apenas em “convencer os países a abandonar a produção de petróleo”.
Mais uma vez o governo Lula-Alckmin dá as mãos aos capitalistas que devastam o planeta como parasitas que são. A classe trabalhadora não pode confiar em um governo de conciliação que não rompe relações com o agronegócio assassino e convida empresas como a Vale a Braskem para a COP. É preciso, para combater o avanço do desastre climático, uma mobilização independente dos governos capitalistas que só buscam o lucro, e a estatização das empresas responsáveis pelos desastres climáticos sob controle dos trabalhadores.
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