Em declarações à Lusa, Yoyo João Correia disse que a Frente Social “tem informações, confirmadas”, de que enfermeiros, parteiras, médicos e outros técnicos de saúde militares “estão a prestar assistência médica” no Hospital Simão Mendes, “desde as primeiras horas desta segunda-feira”.
A medida seria a forma encontrada pelo Governo para responder à ausência nos serviços do principal hospital da Guiné-Bissau de técnicos que iniciaram hoje uma greve geral para durar até sexta-feira, convocada pela Frente Social.
O porta-voz da Frente Social lamentou que assim seja e adiantou que a plataforma não foi convocada pelo Governo para diálogo.
Várias pessoas questionadas pela Lusa no Hospital Simão Mendes confirmaram que “muitos doentes” foram levados pelos familiares para outras unidades médicas em Bissau ou mesmo para casa devido à falta de assistência.
Vito Mendes Pereira, diretor-geral do Simão Mendes, apelou à população a comparecer naquela unidade e prometeu “um bom atendimento para todos” por parte do pessoal médico que “não falta” no hospital.
O porta-voz da Frente Social afirmou desconhecer se o pessoal médico militar “requisitado” terá capacidade para dar resposta às demandas da população no Simão Mendes, “sem o apoio do pessoal de apoio”.
A greve, que no setor da saúde abrange médicos, enfermeiros, parteiras, anestesistas e pessoal de apoio, nomeadamente condutores, pessoal de limpeza, e outros técnicos, tem como objetivo reivindicar o pagamento de 17 meses de salários em atraso aos chamados novos ingressos.
O diretor-geral do Simão Mendes, Vito Mendes Pereira, afirmou que o Governo “já pagou alguns meses” de salários em atraso, o que, para a Frente Social, “são pagamentos irrisórios”.
A greve também visa “pressionar o Governo” a acabar com as nomeações de diretores de escolas públicas e centros médicos “com base em filiações partidárias”.
Esta é a quinta ronda de greves gerais nos últimos 16 meses visando igualmente o pagamento de um conjunto de subsídios consagrados na lei, mas que os profissionais de saúde e educação não têm recebido, segundo a Frente Social.
A plataforma exige igualmente que se esclareça a denúncia da Ordem dos Enfermeiros da Guiné-Bissau, segundo as quais vários profissionais daquele ramo da atividade médica teriam sido colocados no sistema sem estarem habilitados com carteira profissional.
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